Guarani: Ney da Matta tem medo de Fumagalli?

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O Guarani apostará em nova formação tática e nominal para o jogo de sábado contra o Rio Preto. Precisa da vitória para salvar o emprego do técnico Ney da Matta e recolocar o time na trilha da classificação. Pontos vitais estão ausentes do seu trabalho, como a triangulação pelos lados, a ausência de toque de bola no meio-campo e por vezes uma apatia que beira ao desespero. Testes diversos já foram feitos. Uma pergunta salta aos olhos: por que ele não mexe com Fumagalli? Convicção de que ele é importante ou temeridade das consequências internas e externas? Antes de tudo, um esclarecimento: o que vou abordar não é novidade. Já foi feito pelo nobre amigo e colega Ariovaldo Isac em seu blog. O que desejo apenas é aprofundar o tema.

Para começar deixo claro: no atual elenco do Guarani ninguém tem o poder de fogo do camisa 10 bugrino. No ano passado, anotou 15 gols. Artilheiro incontestável. Seja na bola parada ou rolando, ainda é o melhor definidor do Guarani. Só que o futebol europeu mostra que ninguém é intocável. Os times mais limitados não se furtam em colocar seus craques no banco de reservas.

Este é o meu pensamento. E do treinador? Ney da Matta atropelou o Guarani nos dois jogos finais da terceirona nacional no comando do Boa Esporte (MG) com um esquema calcado na forte marcação, velocidade e uma compactação eficiente. Inclusive com a participação de Felipe Matheus, o armador da ocasião.

Fumagalli tem poderio ofensivo, mas não recompõe com velocidade extrema. Não pode imprimir a intensidade exigida pelo futebol moderno. Tanto que nos jogos contra Bragantino e São Caetano, no primeiro ficou como atacante isolado na frente e o Azulão viu o principal ídolo bugrino atuar como segundo volante. Por que? Seu estado físico é bom para quem está com 39 anos, mas insuficiente para aguentar o ritmo de um futebol alucinante.

Estes são os argumentos. Duro é não sabermos o grau de inserção e influência de Fumagalli. Tem 256 jogos disputados com a camisa do Guarani, fez 75 gols, participou de todas as edições da Série C a partir de 2014 e goza de um prestígio inabalável na torcida. Sua moral é tamanha que não tem qualquer pudor em fazer análise sobre o atual trabalho reinante no Brinco de Ouro: “Quanto maior o número de mudanças maior será a demora pelo entrosamento. Ele (Ney da Matta) tem encaixado alguns jogadores que não estão agradando tanto. Isso é normal no futebol, mas não é o ideal. O ideal seria manter a base e dar sequência a equipe”, disse.

Mexer com ele seria destruir a harmonia do trabalho? Seriam produzidas consequências? Ou para fugir de uma saia justa ele tenta viabilizar uma gambiarra para encaixar a sua filosofia de futebol em relação ao atual estado físico do jogador?

Fumagalli tem sua história e ainda pode ser muito útil ao Guarani. Agora, se falta coragem ao treinador para aplicar as suas convicções, então das uma: ou Fumagalli vai para o banco e Ney da Matta aplica os conceitos bem sucedidos do Boa Esporte  ou no futuro o cargo terá um novo ocupante. O que não dá é ficar no meio do caminho.

(análise feita por Elias Aredes Junior)

4 Comentários

  1. Contra o São Caetano com campo pesado e marcação homem a homem foi presa fácil. Poderia entrar com a bola rolando e o adversário mais cansado. A meu ver seria melhor para ele e para equipe. Ney da Matta e todos os outros que passaram pelo Guarani não tiveram personalidade para bancar esta modificação.

  2. Elias, você não deixa de ter razão. Nenhum jogador pode ser intocável.

    O problema é: vai colocar quem no lugar do Fumagalli? Nosso meio de campo é composto por jogadores tecnicamente limitados.

    Quem sabe o Nazário não entre bem nesse time?

    Para mim, foi uma pena termos perdido o Alex Santana. Ótimo jogador, pouco aproveitado pelo Chamusca, mas que poderia ser muito útil agora.

  3. Boa noite Elias. Entre os nomes ventilados para Guarani, acredito que o Vadão teria esta personalidade e crédito com o torcedor para colocar o dedo nesta ferida.