O Guarani tem autorização para sonhar alto. A vitória sobre o Ituano por 2 a 0 e a chegada aos 13 pontos, além de assegurar a liderança do grupo D, provocou o esquecimento definitivo da luta contra o rebaixamento.
Pode planejar as partidas contra a Ponte Preta, Botafogo e São Paulo apenas com a meta de alcançar as quartas de final. Não é pouco. Especialmente se levarmos em conta o quadro financeiro e político do clube. Jogadores e Comissão Técnica e dirigentes do departamento de futebol profissional colheram frutos em uma terra destruída e sem nutrientes. Façanha.
Falamos do treinador, do staff mas um nome deve ser elogiado: Michel Alves. Dentro de suas condições financeiras, o dirigente realizou contratações e deu respaldo ao técnico Thiago Carpini. Obedeceu ao trâmite da justiça que viabilizou um orçamento mensal, de no máximo, R$ 800 mil. Não fez loucuras.
Assim como Sérgio do Prado, que nos últimos anos é responsável por várias funções dentro do Guarani e com sua experiência no mundo da bola, certamente ajudou para que os obstáculos sejam ultrapassados. Um papel reconhecido, aliás, pelo próprio técnico Thiago Carpini quando recebeu o título de cidadão campineiro na Câmara Municipal.
O goleiro Jefferson Paulino não pode ser ignorado. Passou por um instante de extrema pressão, quando falhou no gol de empate com Oeste. Teve estrutura para se recuperar e fez boas partidas contra Novorizontino, Palmeiras e Água Santa. É dono da posição e coloca Matheus Cavichiolli em quadro delicado na luta pela titularidade.
Para completar, os funcionários. São pessoas anônimas, que batalham e fazem das tripas o coração para que o Guarani dê condições mínimas de trabalho ao elenco profissional. Muitas vezes convivem com salários baixos e entreguem a vida e a alma em favor do clube. Aplausos. De pé.
São destaques que passam ao largo, que por vezes não são devidamente valorizados. Ou não ganham o status merecido.
Se o Guarani surpreende eles têm boa participação no processo. E devem ser reverenciados.
(Elias Aredes Junior)