Guarani: um clube em busca de redenção e sem liderança positiva em uma hora decisiva

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Sob a gestão de Luiz Roberto Zini, entre 1988 e 1999, o Guarani teve momentos saborosos, mas também teve frutos amargos, como o rebaixamento à Série B em 1989. Ou a frustração do acesso em 1990, quando perdeu a vaga para o Sport. Mas mesmo nos piores momentos, Zini não se furtava a dar declarações a imprensa e a ir ao vestiário para motivar os jogadores.

Quando conseguiu o acesso em 2009 na Série B, o Guarani teve momentos de altos e baixos, e o instante mais delicado ocorreu no dia 31 de julho, quando perdeu por 3 a 1 para o Atlético-GO. Os boatos sobre a saída do então técnico Oswaldo Alvarez ficaram intensos, apesar da presença no G-4.

Pois o presidente Leonel Martins de Oliveira não teve pudor em conceder uma entrevista coletiva após o jogo e dizer em alto e bom som: “O técnico do Guarani é Oswaldo Alvarez e ele fica”. Ele ficou e o resto é história.

Quando disputou o acesso para a segundona nacional, em 2016, apesar de várias atitudes intempestivas, o então presidente Horley Senna assumiu a bronca e convocou a torcida para inverter o quadro diante do ASA de Arapiraca. E contra o ABC, após a vitória por 6 a 0 e a classificação para a final convocou o time para buscar o titulo contra o Boa Esporte.

Dei três exemplos que envolvem dirigentes do Guarani. E nestas histórias tão diferentes existe algo em comum: pessoas com atitude de liderança. Estão á frente do processo, escolhem uma opção e arcam com as consequências.

O Guarani passa por instante delicadissimo na Série B do Campeonato Brasileiro. Está na zona do rebaixamento. Precisa vencer o Náutico. De qualquer forma. Ao sentir a gravidade do quadro, a torcida mobiliza-se e leva a instituição a reboque. Certamente o Brinco de Ouro estará lotado neste sábado. Mérito único e exclusivo dos torcedores. 

Enquanto isso, os dirigentes falam pouco. Quase nada. Nem em entrevista coletiva e nem pelas redes sociais. Nenhum integrante do Conselho de Administrativo ou do Conselho Deliberativo abre a boca. Silêncio de cemitério.

Concordo, o Guarani é limitadissimo. O elenco foi montado de modo equivocado por Michel Alves com a concordância de Ricardo Moisés.

Mas o que falta ao Guarani não é apenas talento. Falta atitude e liderança. Que a torcida consiga cumprir o papel que os dirigentes não fazem. A arquibancada e a torcida não merecem um novo rebaixamento.

(Elias Aredes Junior- com foto Thomaz Marostegan-Guarani F.C)