Homenagear ex-jogadores é uma bela ideia na Ponte Preta e que precisa descartar o pecado do esquecimento

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Neste final de semana, o estádio Moisés Lucarelli abriu suas portas para reunir ex-atletas que vestiram a camisa da Ponte Preta nos seus 118 anos de história.

A iniciativa partiu de Dunga, ex-jogador das categorias de base de 1981. O ex-atleta procurou a diretoria executiva com o projeto e coincidiu com o desejo da instituição em fazer algo parecido.

Na divisão de tarefas ficou estabelecida  que a Ponte Preta daria apoio na divulgação, suporte e estrutura, enquanto que a organização e o convite ficou com Dunga. O presidente José Armando Abdalla Junior esteve presente para fazer uma saudação e a ideia dentro da estrutura interna do clube é viabilizar isso todos os anos.

A ideia é boa e merece aplausos, especialmente porque quebra-se um estigma dentro da Ponte Preta. Parece que tem valor só quem vestiu a camisa da Ponte Preta na conquista da divisão especial de 1969, no vice-campeonato da Sul-Americana em 2013, nas seis vezes em que sagrou-se vice-campeã paulista (1970, 1977, 1979, 1981, 2008 e 2017) e quem esteve envolvido na temporada mágica de 1981, cujo o ápice foi o terceiro lugar no Campeonato Brasileiro.

Tremendo engano. Qualquer pessoa que teve a honra de vestir a camisa pontepretana deve ser reverenciado e relembrado.

Como ignorar a dedicação e a renuncia demonstradas por quem ficou até o fim do Brasileirão de 2003, quando atrasos de salários foram suplantados com sangue, suor e lágrimas? Como jogar no abismo da amnésia quem jogou para buscar o acesso na Série B e a missão foi cumprida no dia 07 de dezembro de 1997 e o empate por 1 a 1 com o Náutico foi comemorado com gosto de Copa do Mundo? E os acessos em 2011 e 2014? Pois é.

É preciso intensificar a procura por ex-atletas e assim evitar falhas imperdoáveis como a exclusão do ex-jogador Marcelo Prates, que atuou em fase delicada da Macaca e nunca deixou de exibir profissionalismo e dedicação. “(…) Joguei 3 vezes na Ponte Preta. Em 1991 fui Campeão Aspirantes com aquele timaço que a base tinha. Voltei em 1993 e fizemos uma ótima campanha com o Técnico Wanderlei Luxemburgo. Colocamos a Ponte entre os grandes do Paulista, em 1996 o time estava para cair para a terceira do brasileiro. Chegamos no meio do campeonato e demos uma arrancada incrível, mas faltou um empate fora de casa, contra o Londrina”, descreveu Marcelo Prates em sua página no Facebook.

Ele tem total razão. Vestir a camisa da Ponte Preta deve vir com consideração, respeito e homenagem como brinde. Que em 2019 essa falha seja colocada no passado.

(análise feita por Elias Aredes Junior)