João Guima: mais um talento desperdiçado no futebol campineiro

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Campinas foi reconhecida nas décadas de 60 e 70 como um verdadeiro seleiro do futebol brasileiro. Revelou craques como Careca, Zenon, Tuta, Dicá, Evair, Odirlei, Oscar, Júlio César e outros. Mas, na última década, vingar alguma cria da base tem sido um tabu tanto para Guarani como para Ponte Preta. João Guima é um exemplo especifico de um talento desperdiçado na cidade.

Revelado pelo Guarani em 2015, arrebentou na Copa São Paulo e chamou atenção de grandes equipes. Chamou para si a responsabilidade aos 19 anos e firmou-se como titular no Brinco de Ouro com boas atuações. Canhoto, bom passe, agilidade…. Parecia questão de tempo para tornar-se um grande ídolo bugrino e rumar para o futebol da Europa, mas aconselhado por seus empresários – inclusive alguns integrantes da família, entrou na Justiça contra o clube e foi parar na Ponte Preta.

A pressão de ser revelado pelo maior rival com certeza precisaria ser trabalhada psicologicamente por Guima e seu estafe, mas o jovem meio-campista preferiu seguir o caminho da indisciplina e valorizou a vida extracampo ao invés dos treinamentos. Passou a treina em separado do restante do elenco, foi emprestado ao Penapolense, mas sem disciplina voltou ao Majestoso e segue encostado.

Guima não é a exceção que confirma a regra. Matheus Jesus na Ponte ou Romarinho no Guarani demonstraram que seguir conselhos dos empresários cedentos por lucro pode ser uma escolha ruim. A raridade nas bases é quando o atleta consegue se firmar com a camisa do clube. Ravanelli e Alef tiveram sucesso meteórico na Ponte Preta e optaram pela carreira na Europa. Leandrinho, muito assediado desde os 15 anos, também escolheu jogar na Itália ao encarar a realidade campineira.

O problema do Guarani é diferente, mas difícil de ser administrado. O último grande produto da categoria de base foi o atacante Bruno Mendes, que colaborou na campanha do vice-campeonato no Paulistão em 2012. Wesley, titular na reta final da Série C com Chamusca, parecia seguir o mesmo caminho, mas também deixou o clube. Talentos como Léo Citadini, Gabriel Boschilia e Gabriel Rodrigues foram negociados rapidamente por diretores e pouco deram retorno ao clube.

O aproveitamento continua baixo nas duas equipes.

A BASE VEM FORTE?
Atualmente, a Ponte Preta conta com mais jogadores da base em seu plantel em comparação ao Guarani. Entre eles, o goleiro Ivan, o lateral Jeferson, o zagueiro Reynaldo e o atacante Felipe Saraiva são peças constantes nas relações de Gilson Kleina, mas nenhum deles tem vaga no time titular. Yuri e Emerson voltaram ao time sub-20.

Já o Bugre aposta suas fichas no lateral-esquerdo Salomão. Após fracassos com Dênis Neves e Gilton, ele dominou a posição. O goleiro Passarelli, o zagueiro Léo Rigo, o lateral Bruninho e o atacante Lorran também completam o elenco do técnico Vadão.

(texto e reportagem: Júlio Nascimento)

1 Comentário

  1. O João Vitor pisou na bola. Menino cabeça fraca. Deveria ter tido mais paciência. Poderia estar hoje como titular no Guarani, brilhando em um campeonato de grande visibilidade. Mas saiu cedo demais, e ainda para o rival, que, na época, estava duas divisões à frente e não daria chances de titularidade para ele.

    Júlio, não é seleiro, é celeiro.