Juninho Piauiense está no Guarani. Tem um histórico de confusões . Uma delas é a de ter sido indiciado em novembro de 2017 por violência doméstica, injúria e ameaça a uma ex-namorada. Em agosto de 2018, o Corinthians desistiu de sua contratação após pressão da torcida em virtude de tais fatos.
Agora no Guarani seria natural passar por uma campanha de “cancelamento” nas redes sociais como passaram o goleiro Jean, agora no Atlético-GO.
Em condições normais não atuaria no Alviverde e não representaria as cores do clube. Responda: qual empresa contrataria alguém com acusação tão grave? Poderia iniciar sua vida no exterior e prestar contas a Justiça, caso esteja processado. Mas nada vai acontecer. Pelo menos no Guarani.
Por um aspecto, Juninho Piauiense escolheu o “lugar certo”. Sim, bem entre aspas. Porque sei que parte relevante da torcida e dos formadores de opinião repudia a contratação.
Há um detalhe fundamental: os grupos políticos que tomaram conta do Guarani estão pouco se importando com o alcance social do futebol. Tem apenas uma visão limitada e obtusa. Apenas como negócio. Dinheiro. Jogador é tratado como objeto. E os pedidos dos torcedores conscientes são desprezados.
Exemplos que comprovam a tese? Basta dizer que quando Richarlyson foi vitima de insultos e até tentativas de atentados e o jogador ficou quase que sozinho. E no dia 20 de novembro? O que dizer da inoperância do Conselho de Administração em relação a comemoração do dia nacional da Consciência Negra? Quase todos os clubes da Série B fizeram pelo menos uma lembrança no Instagram, Facebook e Twitter. E o Guarani? Sua diretoria comportou-se como um clube sediado na Dinamarca.
Pergunte as integrantes do projeto “Bugrinas em Ação” o quanto elas sofrem no Brinco de Ouro pela falta de condição oferecidas ao clube. O que faz o Conselho de Administração? Nada.
Absolutamente nada. E aí pergunto: como posso ter esperança de que o Guarani teria atenção aos deslizes dos jogadores se no cotidiano não há mínima consideração com as causas sociais?
Juninho Piauiense está na dele. Um clube lhe procurou e ele entrará no gramado. Errados estão os dirigentes do Guarani que ignoram solenemente o potencial infinito do futebol. No fundo, no fundo, o Guarani vive todos os dias o seu 7 a 1. E ninguém se toca.
(Elias Aredes Junior)