Luis Fabiano, um cisco perto da história e grandeza da Ponte Preta

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O atacante Luis Fabiano postou foto da camisa do Vasco da Gama em sua rede social na madrugada desta sexta-feira (17). Vai disputar o Campeonato Carioca. Deixou a Ponte Preta em segundo plano, local em que teria recebido uma proposta já em dezembro do ano passado. O torcedor da Macaca sente-se ferido, machucado e traído. Todo o discurso de amor do Fabuloso caiu por terra diante da perspectiva de receber um salário mais polpudo.

O episódio traz um saldo reflexivo. Nas próximas negociações, a diretoria da Macaca precisa adotar um conceito presente  nas nossas relações sociais e que precisa ser remetido ao universo do futebol: autoestima.

Veja: em vários instantes, a diretoria pontepretana comportou-se de uma maneira que a chegada de Luis Fabiano parecia uma questão de vida ou morte. Que faria de tudo ou mais um pouco para contar com o atacante. Pergunto: era caso para tudo isso? A Ponte Preta estava tão em quadro tão dramático para fazer o possível e o impossível pelo atacante? Pense, analise.

Crescimento no gramado não acarreta somente em incremento de verba ou melhoria de bilheteria. Também deveria forçar uma mudança de comportamento. Luis Fabiano não estava negociando com a Ponte Preta, seu time de infância e protagonista de dificuldades mil durante as décadas de 1980 e 1990.

O atleta de 36 anos negociava com o oitavo colocado do último Campeonato Brasileiro e com quinta força do estado de São Paulo. Um clube com uma boa estrutura no Centro de Treinamento, um estádio cuja construção foi viabilizada por seus torcedores e um calendário que prevê a disputa do Paulistão, Copa do Brasil, Copa Sul-Americana e Campeonato Brasileiro. Ou seja, o mesmíssimo calendário do Corinthians e superior ao do próprio Vasco, que no ano passado disputou a Série B e não estará em nenhuma competição da Conmebol, por exemplo. Óbvio, a Ponte Preta ainda não tem o orçamento dos gigantes. Só que não é mais um pequeno ou médio sem rumo. Tem.

Ou seja, se a Ponte Preta precisava do atacante para reforçar as opções de ataque para Felipe Moreira não é loucura dizer que a vitrine oferecida pela Alvinegra seria bem interessante e longe de ser meia boca.

Resumo da opera: da próxima vez que negociar com um jogador de grande alcance, que a Ponte Preta tenha postura e se valorize. Não enrole e com isso dê de bandeja a impressão de que o jogador fará caridade ou charminho para responder aos anseios dos homens de gabinete.

Qualquer jogador – inclusive Dicá- é um cisco perto do tamanho e da dimensão do clube.

(análise feita por Elias Aredes Junior)

1 Comentário

  1. Parabéns pela matéria Elias. Penso a mesmo a coisa. Mas também temos que deixar pontuar que o Fabiano adotou uma postura parecida com a R. Gaucho quando voltou ao Brasil. Não digo que é um mercenário mas, não esta nem ai para essa historia de identificação com o clube.
    Vide o Tévez que foi campeão do Italiano e tinha propostas do mundo todo e optou por voltar ao Boca Juniors. Isso sim é prova do caráter a da vontade do jogador.
    Só mais uma coisa, o nome do Dicá não merece ser escrito na mesma matéria que escrever sobre o Fabiano.
    A historia e a importância dele para a Ponte Preta são incomparáveis.