O futebol carrega uma máxima dentro de si, a de que em diversas oportunidades, os números iludem. Não transmitem a real situação daquilo que uma equipe vive. Veja o caso da Ponte Preta. Em conjuntura normal, não teríamos motivos para reclamar.
Tem cinco jogos de invencibilidade ao lado do Avaí no segundo turno e vem de vitória sobre o Oeste. Nos últimos seis jogos, sofreu quatro gols e de quebra está há 180 minutos sem sofrer gols. Ou seja, à primeira vista, Marcelo Oliveira consertou o problema defensivo. Tomou 29 gols, é verdade, mas é superada por Náutico, com 31, e Oeste, com 41 gols. Para quem já ostentou a pior defesa do campeonato, é um avanço.
Felizes? Contentes? Nada disso. O torcedor ainda encontra-se com pé atrás. Falta desempenho. Traduzindo: uma equipe competitiva, competente para variar suas jogadas e surpreender o oponente. Algo que é verificado na líder Chapecoense, dotada de forte poderio defensivo, mas capaz de sempre preparar uma arapuca.
Qualquer torcedor pontepretano sabe o roteiro: para sair um gol, somente com o trabalho de lançamento para Apodi surgir como elemento surpresa. Com ele afastado por lesão, como será? O que fazer diante do melhor anfitrião?
Lógico que haverá satisfação com uma vitória em Maceió. O que o torcedor deseja de verdade é vislumbrar no gramado o que foi feito nos treinamentos na semana. Enxergar que existe variação e um volume de jogo capaz de sufocar o oponente. Características, aliás, do próprio Marcelo Oliveira em seus momentos brilhantes.
O torcedor da Ponte Preta não quer apenas vitória. Quer, antes de tudo, nutrir segurança de que poderá sorrir no futuro.
(Elias Aredes Junior)