Administrar o controle emocional do elenco: o desafio de Eduardo Baptista na Ponte Preta

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Eduardo Baptista é estudioso. Entendido do assunto. Tem conceitos claros de futebol. Comando irrepreensível no vestiário. Tem tudo para tirar a Ponte Preta do buraco em que se meteu no Campeonato Brasileiro.

Seu principal desafio, no entanto, será focar em um aspecto pouco focado em sua carreira, que é o aspecto psicológico dos atletas.

Boa parte da má fase técnica da Ponte Preta tem fundo emocional. Jogadores eficientes nos anos anteriores estão com clara insegurança no gramado. Não sentem força e confiança para executar uma jogada mais ousada.

Lembram do Nino Paraíba?

Chegou no Majestoso voltado ao ataque, foi disciplinado para defender de modo eficiente sob a tutela de Eduardo Baptista e agora não emenda duas boas partidas.

O que dizer então de Fernando Bob? De capitão e atleta de alto quilate técnico na Macaca, transformou-se em dúvida. Lento, dispersivo, sem confiança. Tem crise técnica, mas também falta de força mental para superar as adversidades.

Algo agravado com as agressões ocorridas na segunda-feira no Aeroporto de Viracopos. O ponto positivo é que os acontecimentos deixaram o treinador em estado de alerta máximo. “A palavra não é medo. Se qualquer um chegar e ameaçar sua família, qual será a reação de cada um? Quem não tem medo? Vive uma época de degradação da raça humana. Quem não ficou com medo ? Tem que saber que lida com trabalhadores como todos nós. Palavra não é medo. Vamos recuperar esse emocional”, disse o técnico pontepretano na entrevista coletiva de terça-feira.

A tabela também pode ser um detonador emocional. As próximas quatro partidas serão diante de postulantes a uma vaga na próxima Libertadores ou com ambição de título: Flamengo, Cruzeiro, Santos e Palmeiras. Um confronto direto pela permanência só acontecerá no dia 22 de outubro, contra o Avaí, no estádio Moisés Lucarelli.

Pelo lado positivo, se a Macaca somar de sete a oito pontos nos quatro jogos diante dos gigantes, a confiança estará reconstruída. E se acontecer derrotas para esses gigantes? O que fazer para vencer adversários deste porte com a parte emocional em risco?

Além do apito e do uniforme de treino, o treinador pontepretano certamente vai precisar do divã.

(análise feita por Elias Aredes Junior)

4 Comentários

  1. A situação da AAPP é clara como cristal: restam 12 partidas, precisa de 6 vitórias. 50% de aproveitamento. Não é tarefa fácil. Apenas os 7 primeiros colocados ostentam aproveitamento de, pelo menos, 50%. Nos últimos 5 jogos, apenas Coritiba e Sport tiveram aproveitamento pior que o da AAPP. Além disso, a AAPP enfrentará todos os 7 primeiros colocados, com exceção do Botafogo, e todos com força máxima e favoritos mesmo em Campinas. Quanto aos confrontos diretos, pegará Avaí e Vitória em casa, onde é favorita, porém enfrentará Bahia e Coritiba fora de casa, onde enfrentará verdadeiros caldeirões.

  2. Seu cristal não está tão claro, precisa de uma boa polida. Faltam 13 jogos, não 12. Quem sabe daí suas profecias melhoram? rs rs rs

  3. Sou bugrino mas o que fizeram com os jogadores da aapp foi uma sacanagem e muita burrice.Nao acredito que o time seja capaz de se recuperar, pois, foi instalada uma situacao de pressao, caos e intimidacao.Aposto que se faltarem 4 rodadas e o time precisar de 7 pontos o DM vai lotar, jogador vai sumir,etc.Ainda da tempo se a torcida fechar com o time e lotar todos o jogos dentro de

  4. Casa.Sou rival mas nao tenho vergonha de admitir que a torcida teve papel fundamental no vice do paulista.O time era ate bem arrumado, mas, o que fez a diferenca na reta final foi o clima de caldeirao dentro de casa.