O golaço de Bruno Nazário escancara a obrigação do Guarani: disputar a elite paulista em 2019

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O gol anotado por Bruno Nazário contra o Taubaté foi um dos mais bonitos que já vi em um estádio de futebol. A bicicleta executada com alto grau de dificuldade é uma demonstração cabal de seu talento. Não é qualquer jogador que executa.

Em um futebol pobre de lances bonitos, em outros tempos a tendência natural era que seu gol fosse espalhado pelo mundo. Ou fosse elogiado e ovacionado pelos amantes da bola. Que o gol fosse transmitido pelos principais canais de assinatura e virasse o assunto predileto nas redes sociais e nos debates de final de noite.

Não aconteceu nada disso. Poucos programas esportivos reproduziram o seu gol e, em âmbito nacional, o que recebeu destaque do Sportv foi um tento anotado pelo Atlético-GO pelo Campeonato Goiano. Pode até ter recebido destaque em outras emissoras. Mas não chegou a ponto de virar um tema de debate e exposição em âmbito nacional.

Nem tudo está perdido. Talvez o gol receba uma distinção nos “Gols da Semana” do programa “Linha de Passe” da ESPN Brasil, ávido por mostrar gols bonitos de competições fora do cardápio principal da mídia. No entanto, a internet nessas horas mostra seu lado positivo. Quem vai ao Youtube tem à sua disposição diversas versões e ângulo do gol.

Bruno Nazário e o Guarani não tem culpa alguma deste ostracismo pela metade vivido por um gol de rara beleza. A culpa tem nome e sobrenome: Série A-2 do Campeonato Paulista.

Não tenho dúvida em afirmar que, se este mesmo gol acontecesse em um confronto de Série B de Campeonato Brasileiro, o camisa 11 do Guarani seria elogiado e carregado no colo por cronistas esportivos e integrantes do staff do futebol. Por que? Pelo fato da segundona nacional constituir-se em prioridade para os detentores dos direitos de transmissão. Não é tapa buraco. Infelizmente, a segundona paulista não tem espaço no noticiário. Talvez uma citação ou outra nada mais.

Você pode argumentar (com razão) que a Série A-2 tem transmissão do Sportv. Verdade. Mas é apenas um espaço para preenchimento de grade. Para os executivos da emissora, a segundona paulista não tem relevância jornalística.

Que este feito de Bruno Nazário sirva para expor o óbvio: o Guarani precisa reunir forças do além e escapar do inferno da Série A-2. Para não ficar enclausurado quatro meses em um palco coadjuvante do mundo da bola.

(análise feita por Elias Aredes Junior)

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