O lema dos dirigentes não remunerados do Guarani: Eu ganho, nós empatamos e vocês perdem. Sempre

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Discursos e frases prontas viraram rotina no Guarani. Ninguém erra. Todos são perfeitos. Não há problemas. Por um passe de mágica a incompetência virou pó. Óbvio, desde que a responsabilidade seja terceirizada. Na reta final das inscrições para a reta final da Série A-2, os reforços de última hora são descartados. Motivo: ninguém quer contratar por contratar. Boa justificativa dada pela diretoria de futebol. Que não explica tudo.

Os responsáveis pelo futebol talvez nem saibam o tamanho da cilada que se meteram. Não exagero. O roteiro é conhecido: em caso de fracasso culpa-se o executivo de futebol Marcus Vinícius Beck Lima. A caça ás bruxas será detonada. Até para preservar o “portifólio” de quem está no Queijo (sede administrativa) e se considera acima de tudo e de todos.

Antes de julgar e condenar o diretor remunerado, pense: qualquer tijolo do Brinco de Ouro sabe da participação de Roberto Graziano no acesso da terceirona nacional. Inclusive com recursos excedentes. Fora do estabelecido pela Justiça Trabalhista. Vem o mês de novembro e o racha entre o empresário e o presidente Horley Senna fica escancarado. Chega de antecipação. Acabou a moleza. Nem um tostão a mais.

A  verdade surge dolorida: a fonte secou. Marcus Vinícius saiu a campo com pouco dinheiro, sua credibilidade e o discurso de que dias melhores virão no Brinco de Ouro. O esforço, no entanto, não foi recompensado. Não foi ouvido na contratação do treinador. O contratado foi Ney da Matta. Não conquistou corações e mentes e foi demitido. Horley Senna discordou. Queria sua permanência.

Dias antes do término do seu mandato, Senna exerce olho de lince em Maurício Barbieri. Quer uma reação épica, sem desculpas. Para ele, a repetição dos jogos contra ABC e Boa Esporte é possível. Apesar dos salários quitados de maneira sazonal e das condições técnicas da equipe.

No meio deste vendaval vem a notícia: sem reforços. Nada de gastar dinheiro á toa. Então o executivo deveria contratar? Não é esse o foco. O ponto central é que ele não contrata por falta de opção, como ele alega  e sim por ausência de recursos robustos. Sim, compreendo seu argumento até para preservar a instituição. Mas fica a pergunta: se Roberto Graziano estivesse com disposição de investir e possibilitar a montagem de uma equipe mais competitiva, será que o atual discurso prevaleceria? Duvido. Vou além: Marcus Vinicius não ficaria refém de um elenco de opções tão curtas.

Que Marcus Vinicius e Mauricio Barbieri operem o milagre. Caso contrário, você sabe para quem vai sobrar. Não será para os dirigentes não remunerados. Afinal, eles nunca erram não é verdade?!

(análise feita por Elias Aredes Junior)