O torcedor da Ponte Preta não pode perder os presentes oferecidos pelo futebol

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A Ponte Preta arrancou empate precioso contra o Palmeiras. Teve um primeiro tempo ruim e cresceu na etapa final. Somou ponto  contra o líder do campeonato. O goleiro Aranha comprovou a validade de sua contratação com defesas difíceis e Wellington Paulista e Pottker mostraram que, apesar de suas atuações irregulares e por vezes decepcionantes tiveram senso de oportunismo. Não é pouco.

Entretanto, ao realizar um passeio pelas redes sociais percebo que o torcedor da Macaca está acometido da síndrome da pessoa com mania de limpeza. Quem nunca conviveu com determinado homem ou mulher que, mesmo diante da casa totalmente limpa e impecável fica com uma paranoia em busca do pó perdido no canto da fresta da parede? Pois é…

Assim está o torcedor da Alvinegra. Muitos procuraram defeitos na boa atuação da etapa final. Alguns disseram que Aranha saiu mal em algumas bolas. Outros reclamaram da falta de atenção de Clayson em uma jogada ou outra; Reclamações sobre a falta de iniciativa de Eduardo Baptista em realizar as alterações.  E assim vai.

Sem querer, o torcedor da Ponte Preta não consegue discernir que essa eterna insatisfação. Se por um lado obriga jogadores e treinadores a buscarem uma campanha cada vez melhor, por outro faz com que não saboreie  os pontos saborosos do futebol.

A Macaca está na sétima colocação é o melhor clube posicionado fora dos 11 gigantes do futebol brasileiro.  Tirou ponto de um candidato ao título, não foi derrotado no segundo turno e o clima em muitos torcedores é de luta contra o rebaixamento. Quer outro dado? Os 31 pontos já somados foram obtidos no ano passado após a 25ª rodada. Ou seja, a regularidade virou trunfo.

Não prego alienação nas arquibancadas. Nada disso. Espírito critico e a formação para entender o que precisa e o que foi feito são requisitos fundamentais para um torcedor  bem fundamentado e imune a manipulação de dirigentes. Juntamente com uma imprensa especializada, independente e atenta às falhas e erros forma-se a receita do sucesso de médio e longo prazo.

De tanto reclamar, chiar, abraçar o negativismo e esmagar a razão com a passionalidade, o torcedor da Ponte Preta pode perder os pequenos, médios e grandes presentes que o futebol nos fornece todos os dias.

(análise feita por Elias Aredes Junior)