Existem resultados que são uma explicação detalhada de determinada fase. A equipe Sub-17 da Ponte Preta levar de 8 a 0 do São Paulo na fase decisiva do Campeonato Paulista traduz um cenário. Não foi por acaso. Não aconteceu porque ocorreu uma falha aqui ou ali. Ou nem é culpa dos meninos. Esses são vitimas de uma política equivocada e errática promovida neste ano pelo presidente José Armando Abdalla nas categorias de base e que tem o aval de Cláudio Henrique Albuquerque, o Kiko. Mesmo que não esteja mais no cotidiano, o resultado é reflexo da política aplicada por eles.
Para cada gol sofrido existe uma justificativa para explicar a falta de inspiração não só do Sub-17, mas de todas as categorias de base.
1-Desprezo aos resultados anteriores- As categorias de base da Macaca chegaram em diversas finais do ano passado. Fizeram história. Inclusive no Sub-17, em que foi campeã após o vencer por 3 a 1 no Majestoso. Tudo isso foi desprezado para começar do zero em 2018. Está nas fases decisivas do Paulista Sub-15, Sub-17, Sub-20? Sim.Só que por enquanto não empolga como no ano passado. O clichê é válido: em que está ganhando…
2- Precisava trocar? Não tinha como continuar o trabalho- Max Sandro Barbosa de Oliveira foi o técnico campeão do Sub-17 pela Macaca em 2017. Agora é Claudio Fernandes Ribeiro. Ou seja, claro sintoma de falta de continuidade. Se o titular saiu, que o auxiliar fosse promovido ou alguma medida fosse tomada para a linha de trabalho fosse mantida. Nada disso.
3-A saída de Rodrigo Leitão- Contratado para ser coordenador técnico das categorias de base, em pouco tempo disse a que veio. Conseguiu resultados e alguns jogadores promovidos aos profissionais deram conta do recado. Sua demissão é injustificável sobre qualquer ponto de vista.
4- Leandro Zago- Ok, o artigo é sobre a goleada sofrida pelo Sub-17. Mas o resultado reflete as decisões equivocadas ocorridas em outros departamentos. Leandro Zago vinha com bom trabalho no Sub-20 como já tinha feito no Sub-17. Foi demitido por Abdalla e agora goza de prestígio no Sub-17 do Atlético Mineiro. Erro.
5- A ausência de técnicos tarimbados- Sou favorável a utilização da ciência do esporte. Não há como aceitar empirismo e desprezo ás pesquisas acadêmicas. Isso não quer dizer desprezo aos mais experientes, ex-jogadores que podem auxiliar no trabalho de fundamentos e na parte técnica. O velho e o novo precisam conviver juntos.
6- Aquilo que é bom não aparece. Ou nem fica- Pegue o atual time titular da Ponte Preta. Excetuando-se o goleiro Ivan e o zagueiro Renan Fonseca, as crias da casa quase inexistem. Ou seja, após o pacotão vendido após o Paulistão, as categorias de base não conseguiram repor a altura. É preciso refletir sobre o que acontece.
7-Falta de soluções aos problemas de curto prazo – Duro não é tomar de oito do São Paulo. Inadmissível é verificar que tal goleada aconteceu na terceira fase de uma competição de alto nível. Pior: já tinha perdido por 3 a 0 no turno inicial no Moisés Lucarelli. Onze gols sofridos para o mesmo adversário.
8-Apatia- para sair desta má fase uma reação é necessária. Seja no profissional ou nas categorias de base, os torcedores adotam uma postura de ressentimento inicial e posteriormente de conformismo. Um exemplo: neste segundo semestre as categorias de base não revelaram nenhum jogador sequer para ser observado. E ficou por isso mesmo. Será que após sofrer oito gols tudo ficará igual? Aguardemos.
(análise feita por Elias Aredes Junior)