Os desafios de Gilson Kleina para ajeitar a Ponte Preta no gramado

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Gilson Kleina iniciou seu trabalho na Ponte Preta. Falou grosso. Determinou busca da vitória contra o São Bento. Não quer apenas a classificação. Deseja lutar pelo título paulista. Quer fazer história. Não há como vender um conto de fadas ao treinador. Achar que assume uma equipe sem defeitos e imbatível é balela. Há problemas a serem solucionados. De modo urgente. Como presenciamos boa parte dos jogos da Alvinegra, vamos destrinchar aquilo que deve ser trabalhado em cada setor. Lógico, é uma opinião. Por que como diz o próprio comandante “Futebol é ponto de vista”.

Defesa e as laterais – Marlon e Yago viabilizaram uma estabilidade no setor. Quase que desapareceram os gols gerados por falhas individuais. No entanto, as laterais devem se constituir em preocupação. Primeiro porque Nino Paraíba e Jeferson não são trunfos na bola parada defensiva. São baixos. Ou seja, qualquer bola levantada na área vira tormento. Solução? Executar uma marcação mais adiantada que dificulte a aparição de faltas laterais ao adversário. Seria de bom tom que Lucca ser mais participativo em virtude de sua altura. Encontrar um atacante de referência de boa estatura pode auxiliar no bloqueio. Quanto a Nino Paraíba, Kleina e a nova comissão técnica devem posicionar jogadores que lhe auxiliem na busca do desafogo ao ataque. Contra o Novorizontino, ele ficou cercado, sem saída e quase não jogou. E a Ponte Preta morreu.

Meio-campo e a ausência de pegada e criatividade: Talvez o setor com maior número de problemas acumulados. Enquanto Wendel e João Vitor não se encontram á disposição o foco de Kleina deveria ser na dupla de volantes formada por Fernando Bob e Matheus Jesus. São bons jogadores, mas inexplicavelmente perderam potência de marcação. Deixam desprotegidos os dois zagueiros em troca de um avanço inconsequente. Não é algo treinado e ensaiado. E que poderia ter Matheus Jesus como alicerce. Forte, vigoroso e com passada, tem todos os predicados para exercer o papel de Renê Junior ou de Cicinho no Brasileirão de 2012. Na armação, outro drama: apesar dos seis gols anotados, todos sabem que Lucca quebra um galho. Não é armador. É atacante pelos lados do campo e com poder de finalização. A saída é investir e explorar o futebol de Ravanelli. E mais: qual a formação: Três ou dois volantes? Um ou dois armadores? Se Kleina definir tal concepção, logo de cara o caminho fica aberto para acabar com um dos problemas crônicos da Alvinegra, que são as lacunas deixadas pelos meio-campistas quando perdem a posse de bola.

Ataque com poder de fogo. Mas com peças fora do lugar: Até maio, tudo definido. Pottker, Lucca e Clayson são os titulares. Agora, fica a pergunta: o que fazer com eles? O primeiro é letal pelo lado direito, com entrada pela diagonal para arrematar; o segundo pode ser deslocado ao lado esquerdo, o mesmo posicionamento de Clayson. Para que todos sejam aproveitados, Pottker pode atuar pela faixa central e tentar compactação entre os três setores para que ocorra rotatividade e velocidade a partir do meio-campo. Sem ligação direta. Tal movimentação serviria até como antidoto em caso de perda de posse de bola. Hoje, os três setores não estão próximos uns dos outros e qualquer time ameaça a Ponte Preta, que vive basicamente do erro alheio para chegar ao gol.

Formatar um time, compactar e fazer com que os gols aconteçam por mérito próprio. Não será nada fácil a vida de Kleina no Majestoso. Que tenha juízo e sorte para vencer.

(análise feita por Elias Aredes Junior)