Para alguns jogadores da Ponte Preta, o Brasileirão tem 37 rodadas. E não é de hoje

0
2.511 views

No ano passado, quem esteve presente ao Estádio Moisés Lucarelli para assistir a apresentação derradeira da Ponte Preta contra o Sport teve uma surpresa: o lateral-direito Rodinei, o goleiro Marcelo Lomba, o atacante Biro Biro e o volante Fernando Bob não estavam no gramado. Estavam de saída para outros clubes. Vem 2016, novos desafios, vitórias, triunfos e a história é repetida: Felipe Azevedo foi liberado porque acertou com um clube da Tailândia e Reinaldo, outrora xodó no primeiro turno sequer é cogitado para participar do jogo final. Clayson e João Vitor estão suspensos, é verdade, mas em outra circunstância estariam focados nem que fosse para assistir das arquibancadas.

Este cenário traz uma reflexão. Dessa vez a diretoria não tem culpa nenhuma. Zero. É a própria natureza do jogador de futebol que arrebenta o planejamento da agremiação. Em miúdos: falta de compromissos para desempenhar o máximo até o final.

Quando assina o contrato e recebe as luvas referente ao compromisso, o jogador produz a expectativa em dirigentes e torcedores  que o seu potencial no gramado aparecerá de modo constante até o final de vigência do contrato. Se for arregimentado por outro clube e este pede sua presença imediata, o quadro muda de figura. Não foi este o caso que aconteceu agora e no ano passado.

Pense: que prejuízo terá Felipe Azevedo por ficar até o dia 11 de dezembro e depois viver uma nova aventura profissional? Esta postura joga por terra todo o discurso empreendido por jogadores e comissão técnica. Ou seja, de que a reta final é importante para quebrar o recorde de pontos da Alvinegra no ano passado, premiação dada pela CBF, entre outros quesitos. Ora, se fosse essencial e prioritário, todos estariam á disposição e só posteriormente cuidariam de contratos, cifras e futuras camisas.

Não sou ingênuo de pensar que a Ponte Preta é a único que sofre. Atletas de futebol infelizmente por vezes estabelecem a questão profissional e financeira em tal patamar que a torcida e a instituição ficam desprezados. Convenhamos: uma coisa é você sair antes de um clube com orçamento milionário. A reposição é rápida. Outra é quando você vai embora de um clube de médio porte, de orçamento apertado e que cada jogador tem papel vital. Daqui em diante, que cada torcedor pontepretano olhe com lupa quem lhe fizer juras de amor.

(Análise feita por Elias Aredes Junior)