Ponte Preta, 120 anos: não tente responder algo que é puro sentimento e emoção

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Existem perguntas sem necessidade de respostas. Elas estão por todos os lados. Em cada canto ou esquina. A Associação Atlética Ponte Preta celebra neste dia 11 de agosto mais um aniversário. Um instituição centenária, de 120 anos e já retratada pelas mais diversas personalidades e intelectuais. Todos, ao longo dos anos, buscam responder: o que é a Ponte Preta?

A resposta não está nos livros ou nas estantes. Não se encontra em salões com ar refrigerado ou em gabinetes acarpetados. Não desperdice o seu tempo de querer entender a Ponte Preta com base na razão ou manifestação fria e distante de um catedrático.

A Ponte Preta está nas ruas. No passo de um menino com roupa usada e pronto para pedir para engraxar um sapato do executivo apressado. Está no operário que beija sua esposa e saiu as 05h para batalhar pelo pão de cada dia. Encontra-se na mulher guerreira e batalhadora, que não pensa duas vezes em tirar o pouco que tem para seguir uma paixão que não se explica. Apenas é sentida.

Olhe ao redor. Observe no olhar caridoso do idoso, na aflição do pai de querer ver o seu filho seguir um sacerdócio que eleva a alma e treme adversários. Você terá diante de si um grande mosaico. Um pedaço de Brasil. Uma parcela de Campinas.

Alma, negritude, povo, samba, amor, emoção. Um poder inesgotável, capaz de transformar jogadores medianos em guerreiros. Diretores de futebol em generais prontos para uma batalha infinita. Craques em seres divinos, dotados de poderes que hipnotizam plateias.

Todo mundo tem um pouco de Ponte Preta. O João, a Maria, o Mário, a Celeste, a Donana, Conceição, Rosana, Renata. Na Ponte Preta cabe todo mundo. Abraça indistintamente quem vier. É a prova viva de que podemos sonhar com um pais melhor e inclusivo. Com amor.

Não queira explicar aquilo que é complexo. Não tenha o desejo de traduzir algo que toca o coração em diversos idiomas: amor, empatia, solidariedade, força, determinação e esperança.

Comemore. Celebre. Sinta. Sinta o que é ser pontepretano. E dispense explicações de algo que é único, perene, eterno. Parabéns, Ponte Preta.

(Elias Aredes Junior)