Ponte Preta e um aviso para torcida: os homens passam. O Clube fica. Para sempre!

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Os meios de comunicação e as redes sociais se transformaram na tribuna do torcedor deste século 21. O pontepretano em especial utiliza esta estratégia para mostrar o seu descontentamento em virtude das atitudes e posturas da atual Diretoria Executiva. O rebaixamento à Série A-2 do Campeonato Paulista foi a pá de cal em uma ópera de 12 atos que produziu uma mistura de vergonha, ódio e ressentimento.

O revés colocou na berlinda e aumentou a temperatura em cima do presidente Marco Antonio Eberlin. Aquele foi eleito com esperança de mudar o estado de coisas e tinha como cartão de visitas o seu entendimento e compreensão sobre o jogo da bola trilhou o caminho do fracasso.

E na edição de ontem do Brasil Esporte Clube, da Rádio Brasil Campinas, uma mensagem de um ouvinte que se identifica como Xandão chamou minha atenção. Ele disse que iniciou um processo de abandono da Ponte Preta. Não comparecia aos jogos, deixou o programa de Sócio Torcedor e nem vai acompanhar programas de rádio ou televisão. Abandono total. Um desabafo compreensível e até natural diante de tantos fatos negativos ocorridos nos últimos anos.

E tenho consciência de que tal sentimento está presente na mente de milhares de pontepretanos. Basta ver a presença de público no Majestoso desde o início do ano. Agora, eu quero aprofundar e analisar a postura do Xandão e destes torcedores. E faço uma única pergunta: como abandonar a si próprio? Sim, porque sem querer fazer ataque de sentimentalismo, a Ponte Preta não é um clube feito de concreto, gramado e um punhado de engravatados. A Ponte Preta é, antes de tudo, um grande mosaico em que cada peça é um torcedor apaixonado presente nas ruas e avenidas de Campinas.

Quem é pontepretano sabe do que digo. Quem é torcedor da Macaca faz o seu dia em torno da Alvinegra. Vida profissional, acadêmica, pessoal e qualquer ângulo que você queira analisar.

É o aniversário que é marcado antes ou depois de qualquer jogo. É a planilha de orçamento doméstico que tem as mensalidades para pagamento do pay per view e do programa de sócio torcedor. É a economia feita para comprar a camisa da ultima moda. Tudo é Ponte Preta. Na alma, coração e pele. Como renunciar a si próprio? Como?

Ok, você, Xandão e outros torcedores devem pensar o seguinte: esta diretoria não dá. Tem que sair. Eles fazem a Ponte Preta passar vergonha. Não desmereço ou recrimino tais sentimentos. São legítimos e puros. A pergunta, no entanto, não pode deixar de ser feita: eles são eternos? Vão permanecer no clube eternamente? Mesmo quem pensou que seria eterno teve sua dinastia interrompida após 25 anos. Se um dia viabilizarem o retorno será por intermédio das urnas, da democracia. Ou seja, nada é definitivo. Seja bom ou ruim.

Nestas de aperto e decepção, considero que tanto Xandão como qualquer torcedor da Macaca precisa focar no essencial: o resgate do sentimento comunitário do clube.

Sim, o clube só se recupera com bons jogadores, trabalho qualificado da Comissão técnica, diretoria com pegada profissional e infra estrutura qualificada.

Mas também é verdade que tal portifólio só funciona com uma torcida inflamada, apaixonante, esperançosa e que nunca, jamais fique dispersa. E essa tarefa é de responsabilidade de Xandão e de qualquer torcedor pontepretano.

O sábado pode marcar o ínicio da redenção pontepretana. Uma vitória sobre o CRB e a Macaca começa a construir um tempo pelo menos mais digno. Mas esta almejada tranquilidade e construção do céu de brigadeiro só vai acontecer se a torcida da Ponte Preta se sentir integrante e presente nas arquibancadas e no gramado.

Homens? Estes passam. A Ponte Preta fica. Para sempre.

(Elias Aredes Junior- Foto de Alvaro Junior-Pontepress)