Ponte Preta, greve de silêncio meia boca e perda de oportunidade de conversar com a torcida

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Independente de qual seja a sua atitude na vida, algo é necessário: coerência. Se vier com uma pitada de personalidade e argumento melhor ainda.

Infelizmente os jogadores da Macaca comprovam parecem desprovidos desse requisito.

Os atletas estabeleceram uma greve de silêncio.  Não participam de entrevistas coletivas. Motivos: salários atrasados. Ok, direito deles. Mas seria de bom grado uma pitada de coerência.

Silêncio é silêncio. Se estou em casa e decido ficar calado, eu não vou abrir a boca na sala e nem no quarto. Ou em nenhum cômodo.

Pergunta: em que lugar fica a coerência quando você concede entrevista para o canal oficial do clube e fica quieto com os veículos tradicionais e portais que cobrem o dia a dia da Macaca? Com tal postura quebra-se até o conceito de que querem pressionar a diretoria para pagar o salário em dia. Ora, eles falam justamente para quem lhes sonegam o dinheiro. Não dá para entender.

O que eles querem?

Perguntas controladas? Não conseguem responder sobre os problemas financeiros da Ponte Preta? Ou são incapazes de responder sobre os problemas da equipe no gramado? Repito a pergunta: o que acontece?

Quando eles concedem entrevistas eles não falam ao jornalista. Não é conversa entre amigos. É uma prestação de serviços ao torcedor. E que está incluído responder perguntas desagradáveis e que são de interesse público.

Não, que ninguém pense que um atleta de futebol é alienado ou teleguiados por empresários. Certamente sabem aquilo que fazem. E nesta pequena atitude, este elenco da Ponte Preta infelizmente demonstra desrespeito ao trabalho dos veículos de comunicação, aos jornalistas e desapreço a democracia e a liberdade de expressão.

Se o motivo fosse apenas a falta de dinheiro no bolso não existiria ou declaração para os veículos oficiais do clube. Que, por um motivo óbvio, não colocam os atletas em saia justa.

Fato: se fosse pelos jogadores a greve de silêncio com os jornalistas talvez fosse para sempre. Eles não querem jornalistas com espirito critico. Querem parceiros, bajuladores. Ou gente que dê moral.

Aviso: o correto é fazer jornalismo. Se não entendem, paciência. Perde o torcedor um novo caminho para transparência e diálogo franco. Por mais chato e tedioso que por vezes seja o procedimento.

(Elias Aredes Junior-Foto de Diego Almeida- pontepress)