Ponte Preta, Guarani, MP 984 e o risco de ser instalado uma indústria para venda de mandos de campo

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No debate de domingo à noite no Facebook com o cientista político Bruno Lima Rocha, a questão da Medida Provisória teve uma abordagem interessante do analista carioca radicado em Canoas (RS): a lei, se não for discutida e estruturada poderá detonar uma verdadeira indústria de mandos de jogos entre times médios e pequenos.

O raciocínio é simples: pela MP, existe brecha para que as equipes gigantes assinem novos contratos com portais, redes sociais e emissoras de televisão, diante da perspectiva de acordo apenas com o mandante. Claro, desde que seja aprovado pelo Congresso e sancionado pelo Presidente da República.

Não será surpresa que os times médios e pequenos, se não estiverem articulados, serem obrigados a assinar pacotes que contemplem apenas parte dos jogos.

Exemplo claro: Ponte Preta e Guarani em caso de subirem para a divisão principal assinam contrato para transmitirem seus jogos no Majestoso e no Brinco contra os quatro gigantes de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Os jogos diante dos outros concorrentes não atrairia interesse ou se produzir demanda não será pelo mesmo valor. Ou seja, a conta não vai fechar.

Qual será a saída? Pegar qualquer jogo contra os gigantes e vender o mando para disputar a partidas em arenas que não tem grande uso, como as que são localizadas em Manaus e Brasília.

A equipe recebe uma quantia fixa e ajudaria a pagar os custos e ainda registrar um lucro. O que ficaria acima do que poderia arrecadar em um jogo em Campinas. Ou seja, você ganharia duas vezes em cima da partida, na comercialização dos direitos e na bilheteria.

Delírio? Para ficar apenas em um exemplo, a Macaca teve em 2016, ano que ficou em oitavo lugar, com média de público de 5.109 pagantes por jogo. E nos 19 jogos arrecadou R$ 2,4 milhões. Decepcionante.

Reforço: é preciso estudar e analisar este projeto com carinho. Para que não permite ainda mais que o quadro dos times médios e pequenos fique em quadro dramático.

(Elias Aredes Junior)