Ponte Preta: hora de garimpar reforços em terras esquecidas?

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O torcedor da Ponte Preta está frustrado. Inconformado com a perda de jogadores relevantes em 2016 e o aparecimento de incógnitas para substitui-los. A perspectiva é preocupante sob todos os aspectos na visão de quem senta nas arquibancadas. Nem os alvos palatáveis, próximos do ideal ficaram nas mãos da Macaca. Danilo Barcelos, do América Mineiro cedeu aos encantos do rival Atlético  na Copa Libertadores. Matheus Sales, por sua vez, vai vestir a camisa do Fluminense. As derrotas nos bastidores provocam a reflexão: é o único caminho? Não, longe de ser.

A chegada do zagueiro Marllon, boa figura do Atlético-GO na Série B,  é uma pista daquilo que poderá ser feito nos próximos dias. Um trabalho incansável e de garimpo em campeonatos que não estão a primeira vista dos gigantes. Pior: a Ponte Preta já seguiu este caminho e colheu resultados. Parece que esqueceu a receita.

Basta recordar a montagem da equipe vice-campeã paulista em 2008. Para ficar apenas em dois casos, Renato Cajá foi contratado após uma passagem pela Ferroviária de Araraquara enquanto que Elias foi descoberto após boas atuações pelo Juventus da Mooca. Se levarmos o raciocínio para os tempos atuais, é para se preocupar se na última edição da Copa Paulista, vencida pelo XV de Piracicaba não existir um único atleta entre todos os times participantes que não merecem uma chance em qualquer equipe da Série A-1 do Paulista.

A lógica é até banal: em clubes que disputam a Copa Paulista, Série A-2 ou A-3, os salários não passam de, no máximo R$ 10 mil mensais. Se um clube como a Ponte Preta chega rendimentos de R$ 15 mil ou R$ 20 mil mensais o convite é aceito de imediato, mesmo se o empresário que estiver ao redor do jogador quiser o lucro fácil. Afinal, se ele esperar um ou dois campeonatos a vitrine proporcionada pela Ponte Preta pode deixar o seu assessorado pronto para mercados muito mais rentáveis.

Mais: se ele decidir pela permanência em longo prazo na Ponte Preta, certamente acertos de compras ou aquisição de direitos econômicos de posse do empresário ou do jogador são estratégias naturais. Ou seja, dinheiro na mão.

Pode existir resistência? Sinceramente, apenas os torcedores desconectados dos campeonatos fora do radar da mídia podem torcer o nariz. Quem gosta e aprecia a modalidade vai chegar a conclusão que a Macaca pode e deve garimpar talentos para reforçar sua equipe. Nunca é tarde para radicalizar algumas estratégias.

(análise feita por Elias Aredes Junior)