Sebastião Arcanjo é uma decepção como presidente da Ponte Preta. Pense em qualquer área: administrativa, esportiva, política. Não acertou em nada. Absolutamente nada. Um horror. A pá de cal em seu legado negativo foi dada na manhã desta quarta-feira quando os jogadores da Macaca, reunidos no estacionamento do Centro de Treinamento do Jardim Eulina decidiram não participar dos treinamentos planejados em virtude do atraso no pagamento de salários e premiações.
Os atletas merecem apoio e solidariedade. Não se pode admitir trabalhar e não receber. Seja a quantia que estiver estipulada em contrato. A atual diretoria da Ponte Preta que se “vire nos 30” e pague aquilo que é devido. Imediatamente. Ponto.
Tal fato precisa acontecer para que o disco vire.
Por que? Já começam a pular aqui e ali reivindicações para a renúncia do atual presidente. Sua gestão é desastrosa, mas com todo o respeito, pedir isso é uma atitude imatura e infantil sob o ponto de vista institucional.
Primeiro porque no final das contas o voto daquelas pessoas que apoiaram a chapa eleita em 2017 é desvalorizado. Quer dizer então que presidente só deve cumprir o mandato se for bom?
Ora, uma das prerrogativas de nossas escolhas e saber arcar com as consequências. Para o bem ou mal. Um mandato ruim chegar ao seu final é a senha para que o associado reflita melhor e faça uma escolha mais competente no pleito seguinte. Enquanto a hora não chega, que seja realizada uma cobrança energética para a melhoria da gestão nos canais competentes. Aliás, onde está o presidente do Conselho Deliberativo, Tagino Alves dos Santos? Ele não deveria acionar o Conselho Deliberativo para fomentar o debate e buscar soluções? Pois é.
Exigir que Tiãozinho exerça o poder e resolva o problema que ele mesmo gerou também evita um outro produto indigesto: a dependência financeira em relação a Sérgio Carnielli.
Por saber que a torcida não aceitaria um novo pedido de socorro ao presidente de honra, Tiãozinho buscará outras alternativas para quitar a dívida com os jogadores.
Digamos que ele renuncie. A porta ficaria aberta para que um aliado de Carnielli assumisse o poder, peça o aporte e aumente ainda mais a divida com o ex-dirigente. Vale a pena? Não, não vale. Essa é apenas a única solução? Definitivamente não.
Que Tiãozinho tenha um lampejo de eficiência, quite a divida com os jogadores e não abra brecha para novos interrupções institucionais na Ponte Preta, que precisa amadurecer e saber conviver com seus desacertos.
(Elias Aredes Junior- foto arquivo Pontepress)