Ponte Preta, paralisia no tempo e a necessidade de abrir-se ao novo. Antes que seja tarde

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Neste feriado emendado, o torcedor pontepretano está na expectativa para o jogo deste domingo, ás 16h contra o Vasco da Gama. Recomeço para o técnico Gilson Kleina e também para o próprio elenco, após o fracasso no Paulistão e na decisão do Torneio do Interior.

Por maior que seja o otimismo não há como negar: a Ponte Preta parou no tempo. Dentro e fora do campo. As eleições estão programadas para novembro e ao contrário de anos anteriores não existe esperança no ar.

O grupo da situação gera conformismo e tristeza por parte de vários torcedores. E a oposição, por sua vez, é detentora de uma voluntariedade que por um lado gera receio e medo do futuro. Beco sem saída.

O clube marcado pela democracia racial, pela paixão por parte dos pobres e desvalidos hoje é um deserto de esperança.

Não venham apontar pessimismo exagerado. Contentar-se em ser participante das competições ou subir para a divisão de elite está muito longe da tradição histórica da Ponte Preta.

Vice-campeonatos paulistas em 1977, 1979, 1981, terceiro lugar em campeonatos brasileiros, campanhas de destaque no inicio desde século, decisão de Sul-Americana…a vocação para empreender, surpreender está lá.

Tudo jogado fora por uma vaidade exacerbada. De  todos os lados.

Gente que não está disposta a aprender, reciclar e entender que mundo mudou. O futebol é outro. A inteligência, conhecimento, capacidade, entraram de vez na história dos times vencedores. Bons jogadores e um competente diretor de futebol não bastam. Médicos antenados, estrutura azeitada e principalmente dirigentes abertos a ciência do esporte são essenciais.

Se hoje a Ponte Preta encontra-se no atraso é pelo fato de que por vezes seus métodos e ideias aplicadas se assemelham a uma Coréia do Norte da bola, cuja abertura ao novo, a sabedoria é descartado. Tudo fechado e com as mesmas pessoas. Sem ouvir ninguém.

Enquanto isso, adversários do porte de Novorizontino e Mirassol são como países escandinavos como a Noruega: modernos, diferentes,inclusivos, inteligentes e com abertura para todos. Os resultados estão aí.

Lamentar não resolve. Reclamar por reclamar não adianta. Sem uma mudança de postura e pensamento nada vai evoluir na Ponte Preta. Ficar na segunda divisão do Brasileiro e como coadjuvante do Paulistão continuará sendo um luxo. E isto seria o pior dos mundos. (Elias Aredes Junior)