Ponte Preta: uma boa campanha a procura de um craque incontestável

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Quando foi vice-campeã da Copa Sul-Americana, em 2013, a Ponte Preta teve no goleiro Roberto o seu principal ídolo. Um verdadeiro representante do torcedor no gramado. No ano seguinte, os armadores Renato Cajá, Adrianinho e o centroavante Alexandro cativaram os pontepretanos com gols e vitórias no acesso conquistado na Série B . Veio a temporada de 2015 e as boas participações no Paulistão e no Brasileirão, além de confirmar a excelência de Renato Cajá, projetou nomes como Fernando Bob, Marcelo Lomba e Biro Biro. Ótimo. É por intermédio da identificação com a arquibancada que o jogador fica eternizado.

Pois a atual edição do Brasileirão tem uma marca, no mínimo, curiosa. A Macaca tem 23 pontos cravados, terminará a rodada entre os seis ou sete primeiros colocados e não tem um ídolo incontestável. Não existe ninguém que receba aplausos entusiasmados quando sua escalação é anunciada. É uma equipe forjada no conjunto e protagonista de brilhos ou de lampejos esparsos, sem continuidade.

Nos jogos fora de casa contra Vitória e Santa Cruz, William Pottker e João Vitor deram as cartas. Contra o São Paulo, Clayson puxou os contra-ataques e conduziu e foi personagem da vitória. Diante do Sport, o reserva Thiago Galhardo conduziu as ações do meio-campo e levou o time aos três pontos.

Misture neste caldeirão jogadores como Rhayner anteriormente descartados e integrados ao planejamento do departamento de futebol. Ou ídolos em baixa que ficaram revigorados após o recebimento de nova chance, como o atacante Roger.

Se não existe um desempenho linear de determinado atleta ou se o conjunto exibe fissuras em uma partida ou outra como explicar a campanha? Muito simples: o craque do time chama-se esquema tático. Eduardo Baptista formou uma equipe solidária, obcecada em cumprir com suas funções e que quando encontra-se em má fase técnica compensa com obediência ao que foi treinado durante a semana.

Pegue como exemplo o atacante Giva, estreante na partida contra o Sport. Teve desempenho satisfatório? Não, longe disso. A dificuldade de encontrar um posicionamento adequado era notória. Tal entrave nunca foi desculpa para o jogador deixar de efetuar marcação quando ocorria a perda da posse de bola. Ou de tentar ganhar as jogadas aéreas diante das bolas longas utilizadas pelo adversário.

Por incrível que pareça, este quadro gera uma faceta positiva. Pense: com atuação irregular dos titulares e o bom desempenho na parte tática, a Ponte Preta tem grandes chances de encerrar o turno inicial longe da zona do rebaixamento. Agora, imagine o dia que a Alvinegra embalar uma sequência de três ou quatro partidas com sete ou oito titulares com desempenho de alto nível, acima de nota sete.

Pode dar tudo errado e a queda de produção virar realidade? É válido incluir uma desmobilização caso a fuga do rebaixamento aconteça com antecedência? Tudo é possível. Tais respostas não impedem de diagnosticar o bom potencial técnico ainda disponível. Basta acreditar.

(análise feita por Elias Aredes Junior – Foto de Fábio Leoni- Pontepress)