Por que Eduardo Baptista insiste em colocar a Ponte Preta para atuar de um jeito que ela não sabe?

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Temos a seguinte situação na Ponte Preta: um time mediano em termos de qualidade técnica e que foi montado por um gerente de futebol – Gustavo Bueno – e um técnico, Eduardo Baptista, que não gozam na atualidade de qualquer credibilidade ou simpatia perante a torcida. A perspectiva é de campanha para o meio de tabela no Paulistão. E na Série B? O que vai acontecer? Se pararmos para pensar, o jogo de sábado diante do Novorizontino nos forneceu respostas.

A Ponte Preta jogou mal. Decepcionou. Fato. Em boa parte do tempo tentou e não conseguiu propor o jogo. Montou dobras ofensivas pelos lados que deram até resultado na etapa inicial e que foram anuladas por Doriva nos 45 minutos restantes. Perspectivas de vitória até surgiram com a presença de Daniel no meio-campo, mas isto não foi suficiente. Em determinados momentos do jogo, a Macaca parecia querer reprisar o pesadelo de 2017, tamanho o excesso de ligações diretas detonadas a partir do campo de defesa. Por um instante, Felipe Moreira parecia sentado no banco de reservas.

O que fazer? Como solucionar? O passo inicial é dimensionar o tamanho do trabalho que pode ser feito por Eduardo Baptista. Até que ponto há possibilidade dele extrair qualidade e rendimento constante. Para chegar a conclusão, é preciso fazer um retrospecto. Eduardo teve seu melhor momento na Alvinegra em 2016. Em casa, era um time envolvente, ofensivo, que em alguns momentos propunha o jogo, como na vitória sobre o Palmeiras no início do Brasileirão. Havia um diferencial: abundancia de opções ofensivas. Felipe Azevedo, Rhayner, Roger, Clayson, William Pottker… A Ponte Preta era temida pelo seu poderio ofensivo. E existia material humano.

Pense: hoje, a Macaca tem um elenco pobre de alternativas. Tanto que Tiago Real é improvisado de segundo volante. Tem Felipe Saraiva e Silvinho como velocistas natos e o centroavante Felipe Cardoso, com força para atuar pelos lados do campo. Sem contar o desafogo de Emerson na lateral direita. Não existe um armador clássico, capaz de ditar o ritmo do jogo, de propor uma virada, uma surpresa ao oponente. Ou seja, é uma típica equipe para atuar no contra-ataque. E isso não é demérito nenhum. São as características dos atletas disponibilizados. Diante disso, pergunto: por que a insistência de Baptista em querer tomar a iniciativa quando joga no Majestoso? Por que não atua de maneira reativa, assim como fez fora de casa diante do Corinthians, São Bento e Ituano? A torcida vai reclamar? Não seria melhor aplicar a estratégia e explicar de modo paciente para as arquibancadas o que o momento exige?

Se com esse elenco o treinador pontepretano extrai bom rendimento no contra-ataque, então que faça o que deve ser feito. Sem querer agradar A, B ou C. Na atualidade, resultado é o que interessa e depois constrói-se as variações de estratégia. De preferência com reforços. A  Série B pede pressa.

(análise feita por Elias Aredes Junior)