Provas de fogo no caminho da atual administração do Guarani

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O Guarani é comandado por Horley Senna. O sistema de governo de acordo o estatuto é participativo. Existe um Conselho de Adminstração com sete componentes, cujo peso deveria ser igual nas decisões. No cotidiano, a impressão que fica é o exercício do poder absoluto por parte de Senna. Erra, acerta, comemora vitórias, lamenta derrotas, sofre com empates ou fica indignado com eliminações. Tudo gira em torno dele. Nas entrevistas coletivas, não parece incomodado com tantas tarefas a cumprir. De certa forma, ele reconhece a tradição do futebol brasileiro, acostumado com caudilhos ou dirigentes cuja personalidades exala pelos poros dos clubes.

Tanto que sempre confessou sua admiração pelo ex-presidente bugrino Luiz Roberto Zini e o atual mandatário vascaíno Eurico Miranda. Dois dirigentes à moda antiga, com personalidades fortes e centralizadores, assim como é o próprio Horley.

Tamanha concentração de poder tem seu lado ruim. Um afastamento fora do previsto deixa todo mundo de calça curta e sem poder de reação. Por problemas de saúde, Horley Senna poderá afastar-se nos próximos dias. É uma possibilidade. Que seja por 15 dias. Mesmo que seja contratado um novo superintendente de futebol, a montagem da equipe para a Série C fica com sua dinâmica prejudicada. Vai contratar? Sim, claro. Mas as decisões devem demorar a se transformarem em realidade. Porque Horley Senna e o Guarani parecem fundidos em um só. Esta é a impressão transmitida pelo dirigente.

Mais: nesse período o Conselho de Administração continuará a trabalhar. E se alguma decisão tomada for do desagrado de Horley Senna? Como ele irá reagir? Vai tentar apagar ou anular quando retornar ao poder? Pois é.

O atual grupo  que comanda o Guarani sabe que é outsider dentro da política tradicional do clube. São dirigentes que não possuem o lastro e a experiência de Leonel Martins de Oliveira, Beto Zini ou mesmo de Marcelo Mingone, figuras que bem ou mal, conhecem as estruturas, o modo de fazer política dentro do Brinco de Ouro e fizeram pontes de relacionamento dentro do futebol.

Que a ausência de Senna seja um período curto. Ficar sem a sua figura central é uma prova de fogo da atual administração do Guarani. Se for aprovada e tudo andar corretamente, um passo decisivo será dado para que a Série C não tenha turbulências.

(análise feita por Elias Aredes Junior)