Quando o Guarani precisa de seu torcedor? Nos bons ou nos maus momentos? Ou em hora nenhuma?

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Um detalhe passou batido neste início de preparação do Guarani para a Série A-2 do Campeonato Paulista. Antes da atividade contra o Nacional, neste domingo, o site oficial divulgou uma matéria em que os sócios torcedores com as mensalidades em dia estariam autorizados a acompanharem o jogo-treino.

Quem estava com mensalidades atrasadas teria a chancela de passar na secretaria e acertar as contas. De acordo com o site futebol melhor, que reúne todos os clubes com programa de Sócio Torcedor e tem promoções com a Ambev são exatamente 2.185 felizardos. Muito longe e distante do contingente de torcedores bugrinos na cidade.

Faça um recorte e uma viagem no tempo. Véspera da decisão da Série C. No sábado, o Guarani faria um jogo de vida ou morte contra o ASA de Arapiraca. Precisava ganhar por 2 a 0 ou por três de diferença para alcançar a Série B. O último treinamento foi aberto ao público e teve a presença no gramado de craques do passado como Zenon. O expediente foi repetido na decisão contra o Boa Esporte.

Você pode argumentar: a conjuntura era diferente e o Guarani precisava do calor humano da torcida. Concordo. Só que agora também é importante. Senão vejamos: logo após a decisão da terceirona, o Guarani foi envolvido em um rompimento público entre o presidente Horley Senna e o empresário Roberto Graziano.

Foi por água abaixo a expectativa de investimento excedente para a Série A-2. Nos últimos dois meses, o novo gerente de futebol do Guarani, Marcus Vinícius Beck Lima precisou trabalhar com limitações orçamentárias para arquitetar um grupo competitivo e entregar ao técnico Ney da Matta. Pelas circunstâncias, o saldo não é trágico.

O time é limitado sim, mas com algumas figuras que podem render frutos, como Brian Samúdio, Fumagalli  e o volante Escobar. Só que isso não exime a necessidade de mobilização da torcida, de transmitir aos novos jogadores a sensação de que estão preparados para o que der e vier. Seriam 10, 20 ou 30 a mais? Não importa. Seriam representantes de todas as vertentes de torcedores bugrinos. O branco, negro, pobre, rico…Todos em busca de uma nova missão. O que faz a direção do clube? Estabelece um filtro estreito diante da base pequena de sócios torcedores.

A diretoria queira ou não ficou a impressão de que o torcedor do Guarani só tem a porta do clube escancarada quando o sufoco e a tragédia batem a porta. Caso contrário, quanto menor o comparecimento, melhor.

Que tal equívoco seja corrigido para os próximos jogos treinos. Ou fechem o portão de uma vez. Seria mais coerente se uma nova filosofia estiver sendo implantada.

(análise feita por Elias Aredes Junior)