Raio X: Os números e as curiosidades da Ponte Preta no primeiro turno da Série B

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Ao final do primeiro turno, o Só Dérbi fez um Raio X da participação da Ponte Preta nas 19 primeiras rodadas da Série B do Campeonato Brasileiro. Sob comando do técnico João Brigatti, a Macaca encerra a etapa inicial, momentaneamente, em 10º lugar com 26 pontos, sete vitórias, cinco empates, sete derrotas e 45.6% de aproveitamento.

Durante a fase inicial do campeonato, a Alvinegra sofreu sem a sua torcida. Em cumprimento à punição imposta pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) após confusão na derrota por 3 a 2 diante do Vitória, que decretou o rebaixamento na 37ª rodada do Brasileirão, a equipe atuou durante as seis primeiras partidas no Moisés Lucarelli com portões fechados.

Neste período, o time sofreu três derrotas, empatou duas partidas e venceu apenas uma. Vale ressaltar que o confronto contra o Atlético-GO foi realizado no Estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista, por conta da reforma no gramado.

Outra punição graças ao rojão atirado dentro do Majestoso na partida com o Oeste. Como gancho, o clube foi obrigado a atuar por duas rodadas a pelo menos 100 quilômetros de Campinas. Dentro das quatro linhas, empate com o Avaí e derrota para o Juventude.

DESTAQUES:

Se o torcedor mais ressabiado ainda gostaria de ver Ivan atuando em uma competição de maior exigência, deixa o primeiro turno com a certeza de que a Ponte Preta arrumou um goleiro diferenciado. Apesar dos 21 anos e de ter estreado entre os profissionais apenas em janeiro desse ano, Ivan foi sinônimo de regularidade e o principal personagem do sistema defensivo.

Seguro, fez o simples e em nenhum momento comprometeu o resultado. Como recompensa, teve vínculo estendido até o fim de 2023 e fez com que as arquibancadas esquecessem as boas atuações do ídolo Aranha.

  • 19 partidas
  • 1710 minutos em campo
  • 18 gols sofridos
  • 35 defesas
  • 121 passes certos
  • 2 faltas recebidas
  • 1 cartão amarelo

André Luís chegou sem alarde a Campinas e, hoje, é peça imprescindível do esquema tático de João Brigatti. Indicado pelo então técnico Doriva, teve atuação de gala no dérbi e foi o autor de dois gols na vitória em cima do Guarani, em pleno Brinco de Ouro da Princesa. Isso foi mais do que suficiente para cair nas graças da torcida.
O atacante, além da função ofensiva – válvula de escape importante pela direita ao lado de Igor Vinícius -, é importante na reconstituição defensiva e auxilia na marcação do lateral adversário. Quando esteve suspenso, a falta de velocidade na transição, vide a derrota para o Boa Esporte, atrapalhou o desempenho no ataque. O atleta de 21 anos é o artilheiro máximo da Alvinegra na Série B com cinco gols.

  • 17 jogos
  • 7 gols
  • 258 passes certos
  • 11 desarmes
  • 20 finalizações certas
  • 9 finalizações erradas
  • 49 faltas recebidas
  • Nenhuma assistência
  • 4 cartões amarelos
  • 11 desarmes certos e 3 errados

DECEPÇÕES:

Embora Renan Fonseca tenha sido titular em todo primeiro turno, as apresentações deixaram a desejar. Alvo de críticas da torcida, o beque, revelado no próprio clube, ainda não conseguiu manter a regularidade dos tempos de Botafogo, quando foi peça chave na campanha do acesso de Botafogo há três anos.
Não foi difícil ver buracos no miolo de zaga ou atacantes se antecipando para marcar – é só lembrar dos gols de Sampaio Corrêa e Juventude. Ele ainda foi o responsável por entregar o gol da vitória do Paysandu, na estreia dos pontos corridos. Nem na bola aérea, uma das principais virtudes, conseguiu, ao menos, levar perigo.

  • 18 partidas
  • 644 passes certos
  • 7 desarmes
  • Nenhuma finalização certa
  • 3 finalizações erradas
  • 8 faltas recebidas
  • Nenhuma assistência
  • 4 cartões amarelos
  • 7 desarmes certos e nenhum errado

Danilo Barcelos chegou por empréstimo em negociação que culminou na venda de Emerson ao Atlético-MG e trouxe a sensação de que seria um dos principais responsáveis para reconduzir a Macaca à elite do futebol brasileiro.
Com função tática diferente em relação a exercida no ano passado, quando teve bom desempenho na campanha que resultou no rebaixamento, atua aberto pelo lado esquerdo, mas não tem conseguido produzir.
A melhor participação aconteceu no dérbi, quando foi autor de duas assistências na vitória em cima do Guarani. O polivalente ainda não conseguiu balançar as redes desde que reestreou na Alvinegra.

  • 16 jogos
  • 401 passes certos
  • 22 desarmes
  • 8 finalizações certas
  • 19 finalizações erradas
  • 14 faltas recebidas
  • 3 assistências
  • 3 cartões amarelos
  • 22 desarmes certos e 1 errado

MELHOR SEQUÊNCIA:

A melhor sequência da Macaca nos pontos corridos ocorreu entre os meses de junho e julho. Em quatro rodadas, foram três vitórias (Figueirense, Fortaleza e São Bento) e um empates (Avaí). Nesse intervalo, a Alviengra se afastou da parte de baixo da tabela e se aproximou do G4. Depois, o time voltou a cair de rendimento, emendou duas derrotas seguidas frente ao Boa Esporte e ao Juventude.

ARTILHEIROS:

Com sete gols, o craque da Alvinegra do primeiro turno, André Luís, termina como artilheiro da equipe. Em seguida, aparecem Júnior Santos (4), Murilo Henrique e Paulinho com dois cada. Felipe Saraiva, Felippe Cardoso, Léo, Reginaldo e Roger Carvalho (contra).

GOLS SOFRIDOS:

Com falhas do sistema defensivo – principalmente do capitão Renan Fonseca – a defesa pontepretana sofreu algumas críticas, mas apesar disso termina o primeiro turno com apenas 18 gols sofridos – média inferior a um gol por jogo. No confronto com o Avaí, na última rodada do turno, o sistema defensivo voltou a dar brechas e o goleiro Ivan acabou vazado duas vezes no empate por 2 a 2, diante do Leão da Ilha.

CAMPANHA COMO MANDANTE:

Com o mando de campo, a campanha foi péssima: nove pontos, duas vitórias, três empates e quatro derrotas. Nessas nove partidas, foram nove gols marcados, 11 sofridos e 33.3% de aproveitamento. Tais números só são superiores aos do Boa Esporte, com oito tentos somados em Varginha.

Vitórias: Goiás e Fortaleza

Empates: Oeste, CSA e Avaí

Derrotas: Paysandu, Londrina, Atlético-GO e Juventude

CAMPANHA COMO VISITANTE:

Fora dos seus domínios, a equipe campineira impressionou, mas pelo lado positivo. No total, foram 17 pontos, cinco vitórias, dois empates e três derrotas. Em 10 compromissos, as redes adversárias foram balançadas 11 vezes e apenas sete gols sofridos.

Vitórias: Criciúma, Guarani, Brasil de Pelotas, Figueirense e São Bento

Empates: Vila Nova e Coritiba

Derrotas: Sampaio Corrêa, CRB e Boa Esporte

O MELHOR JOGO:

O dérbi, em 05 de maio, serve de parâmetro para as próximas atuações pontepretanas no segundo turno. Ainda sob comando de Doriva, o plano tático foi executado com perfeição. Mesmo no Brinco de Ouro da Princesa, colocou o rival na roda e soube explorar as deficiências defensivas. Em desvantagem no placar, o time apresentou maturidade – e muita eficiência – para virar o jogo. André Luís deixou o clássico de número 191 como grande herói após balançar as redes de Bruno Brígido em dose dupla.

A dupla de zaga, na época com Renan Fonseca e Reginaldo, teve atuação elogiada, enquanto Igor Vinícius se apresentou como válvula de escape importante pelo lado direito e Tiago Real ganhou elogios pela boa movimentação no meio e distribuição rápida dos passes na criação de jogadas.

O PIOR JOGO:

É claro que houve atuações abaixo da média, mas nenhuma supera o futebol apresentado na derrota para o Sampaio Corrêa, por 1 a 0, em São Luís, no dia 28 de maio. Nula ofensivamente, a Ponte não conseguiu finalizar ao gol e o goleiro Andrey foi espectador de luxo. Na defesa, os zagueiros bateram cabeça e viram Bruninho se antecipar na pequena área para garantir o triunfo maranhense.

Assim que a delegação desembarcou em solo campineiro, o técnico Doriva foi demitido pelo presidente José Armando Abdalla Júnior, insatisfeito com a produção da equipe nas sete primeiras rodadas.

(texto e reportagem: Lucas Rossafa e Eduardo Martins/foto: Fábio Leoni – Ponte Press)