Reflexões sobre erros e acertos da Seleção Brasileira contra a Costa Rica

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As pessoas oscilam entre a euforia e a depressão após a vitória do Brasil contra a Costa Rica. Alguns estão desgostosos pela performance pífia na parte tática e técnica.

Outros estão inconformados pela má vontade de críticos e analistas.

Antes de tecer uma nota final, é preciso contextualizar o jogo, verificar porque o Brasil só furou  uma retranca sem contra-ataque apenas nos acréscimos.

Para começar, é bom que seja dita o posicionamento correto feito por Tite desde o começo. As inversões com a bola eram executadas e o alvo principal era William, de notória habilidade e velocidade.

Só que existiu um problema: os grandes momentos de William foram quando o parceiro pelo lado direito era Daniel Alves, decisivo no apoio e com uma noção de marcação que não compromete. Fagner enfatiza a marcação e seus avanços foram raros.

Resumo da ópera: o atleta do Chelsea dominava a pelota com três ou quatro costa riquenhos em seu cangote. Quase impossível realizar o um contra um.

No lado esquerdo, Marcelo nutre capacidade de sobra para desafogar e criar jogadas perigosas.

Por que não aconteceu em profusão? Simples: na ânsia de decidir, o camisa 10, Neymar, recuava até a intermediária, tirava o espaço de Marcelo e o atleta do PSG tinha dificuldades para realizar sua jogada mais perigosa, a de velocidade no lado esquerdo.

Não fazia pela questão física. Mais: Neymar é letal no contra-ataque ou quando está próximo do gol, em progressão e com auxilio dos companheiros. São pontos que precisam ser consertados por Tite.

Solução? Douglas Costa no lugar de Willian? É uma saída. Não porque seja habilidoso e talentoso, e sim porque conta com força e velocidade e em determinadas ocasiões sabe desvencilhar-se da zaga adversária. Não depende de um coadjuvante. Com ele, Danilo ou Fagner poderão focar na marcação.

Paulinho  é outro drama. Lembre-se que o atleta há anos não tira férias regulares. Está cansado. Extenuado. Compromete sua principal qualidade, a chegada nas imediações da área  para o arremate. Se pensarmos que Renato Augusto não encontra-se em boas condições físicas, o meio-campo é uma bela dor de cabeça para a Comissão Técnica. Só não é um desastre total em virtude de Philippe Coutinho.

Rápido, com boa visão de jogo, sabe como poucos antever a jogadas e tem o dinamismo exigido para um armador. Apesar de encarar um ataque frágil, a zaga não merece censura. Soube antecipar-se às jogadas, teve bom aproveitamento no jogo aéreo e deu a retaguarda necessária.

Fato é que o Brasil ainda precisa evoluir. Muito. E tal desejo dependerá da leitura de jogo e percepção da Comissão Técnica.

(análise feita por Elias Aredes Junior)