O Guarani Futebol Clube tem 108 anos. Está na Série B do Campeonato Brasileiro e renovou seu passaporte no Paulistão. Já foi Campeão Brasileiro, vencedor da Taça de Prata e da Série A-2. Agremiação com história, tradição, torcida e inserção na mídia. Agora, parece preso a um único nome: Roberto Graziano.
De modo legitimo, o empresário arrematou o estádio Brinco de Ouro. Terá que cumprir a sentença judicial de julho de 2015 da juíza Ana Claudia Torres Viana e que determina a construção de um novo estádio, Centro de Treinamento e Sede Social.
Duro é a condução do curtíssimo prazo. De acordo com as palavras do presidente Palmeron Mendes, satisfazer as vontades do empresário é a única maneira do Guarani assegurar um bom time de futebol na Série B. Pelo menos foi o que deixou implícita as suas palavras na Rádio Bandeirantes na semana passada. “Para uma cogestão de 15 anos, para que ela dê certo, todos os núcleos do Guarani precisam remar para o mesmo lado. Não dá para se iniciar um projeto dessa amplitude tendo um grupo remando contra. O grupo político do Guarani é sempre efervescente. Nas últimas conversas com o Roberto, ele já analisa a possibilidade de aguardar por mais um período essa questão da cogestão porque ele entende que não há uma harmonia política para se implantar um projeto de cogestão”, afirmou o dirigente, que ainda completou. “O Roberto não está se afastando, estamos tentando criar uma estratégia para que atenda os objetivos políticos e que esse grupo, que no Guarani faz oposição pela simples oposição, para que eles tenham tranquilidade que não haverá uma cogestão de 15 anos, mas que eles nos deixem investir e trabalhar com o futebol de uma forma diferente”, disse Palmeron, que revelou conversas com o pessoal da Elenko para entrar em acordo com Roberto Graziano.
A pergunta que fica é: o que impede Roberto Graziano conviver democraticamente com críticas e fiscalização por parte daqueles que são legítimos interessados no processo, os sócios do Guarani? O Alviverde não é uma entidade privada, é antes de tudo uma entidade associativa sem fins lucrativos.
Não tem dono. Tem 501 sócios aptos para votarem e deliberarem sobre os seus assuntos, é claro e notório de que a decisão precisa e deve ser coletiva. Aliás, é isso que diz o estatuto.
O raciocínio desenvolvido por Palmeron está incorreto. Não é o Guarani que precisa adaptar-se a Roberto Graziano. É o empresário que precisa submeter-se as regras e regulamentos estipulados pelo clube. Afinal, o Guarani é muito maior do que qualquer jornalista, dirigente, torcedor e empresário. Se alguém não sabe de informação tão preciosa, alguém precisa avisar.
(Elias Aredes Junior)