Sai João Lucas e entra Luan Peres. Uma substituição e vários significados na Ponte Preta

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A bola rolava, o Santos pressionava e o gol parecia questão de tempo. A Ponte Preta estava encurralada e o lado esquerdo exibia fragilidade técnica. João Lucas não dava conta do recado e Marllon desdobrava-se para ajudar Rodrigo e o próprio lateral pontepretano. Eis que aos 23 minutos da etapa final o técnico Gilson Kleina faz uma alteração: retira o titular da ala e aposta em Luan Peres. Um zagueiro! Missão: impedir os avanços de Bruno Henrique no setor e cumprir outras tarefas.

O plano deu certo. Tal êxito não impede que conclusões sejam retiradas. Reflexões que talvez você não veja em lugar nenhum. Especialmente no canal oficial do clube, em que o Mundo de Poliana prevalece.

Parece óbvio que:

Fernandinho não serve- O lateral esquerdo estava no banco de reservas e  não foi utilizado. Só para que alguns leigos entendem: se você atua em uma linha com quatro zagueiros, uma das tarefas do lateral é marcar. Liberado ao ataque, só os alas e com três zagueiros na retaguarda. Lembram-se das dificuldades vividas por Nino Paraíba no começo? Ou seja, atacava com fúria e esquecia de fechar o seu espaço. Foi preciso aprimorar tal requisito sob o comando de Eduardo Baptista. Se Fernandinho não foi acionado em uma missão delicada como a que existiu no Pacaembu, então não serve. Pelos menos esta é mensagem transmitida pela comissão técnica.

Luan Peres virou homem de confiança de Kleina- No jogo contra a Chape, o jogador entrou e não decepcionou. Chegou até a abalar a solida parceria de Marllon e Rodrigo e deixou no ar a perspectiva de disputar posição. Acioná-lo significou um crédito de incentivo. Pense que Gilson Kleina poderia montar uma linha de três zagueiros com a presença de Kadu. Ou a escalação de Jadson para cobrir o setor. Os dois estavam no banco. Ao ser escolhido, o ex-beque do Red Bull, ganhou pontos com a comissão técnica. Fato.

João Lucas terá que reconstruir sua estrada – O jogador foi contratado e desde as aparições iniciais todos sabiam que não tinha a condição de realizar o trabalho de desafogo feito por Nino Paraíba. Tem técnica, bate até bem na bola e não se omite. A impressão (impressão!) transmitida no sábado é que o Campeonato Brasileiro é demais para o seu padrão. Podemos estar enganados?Sim, é bem possível. Mas algo é inegável: se for escalado contra Cruzeiro e Palmeiras João Lucas terá que se desdobrar. Mostrar algo a mais; caso contrário, a diretoria será obrigado a sair ao mercado.

O empate produziu a sensação de tudo deu certo. Nem tanto. A improvisação na alteração demonstra que existe um fio desencapado na montagem do elenco. Que apesar do inegável potencial técnico, precisa superar as suspeitas em virtude de lacunas nas posições e a elevada idade de suas estrelas como Renato Cajá (32 anos) e Emerson Sheik (38 anos). É bom tom não dar sopa ao azar. Um dia a fatura aparece.

(análise feita por Elias Aredes Junior)