Sem contraponto e reflexão, é impossivel avançar o debate no Guarani. Ou em qualquer clube.

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Criador do jornalismo de serviços na editoria de economia no final da década de 1990, o jornalista Luis Nassif é um arguto da imprensa. E ao acompanhar os seus artigos nos últimos 15 anos, algo aprendi para minha vida profissional: o profissional de imprensa tem o dever de fazer o contraponto. Enquanto a manada repete bordões, clichês, análises distorcidas e escolhe alguém para sacrificar o jornalista tem a missão de mostrar outros caminhos.

Até para que injustiças não sejam cometidas, como nos casos da Escola Base e do Bar Bodega.

O jornalismo esportivo não foge à regra. Dia após dia treinadores são fritados e entregues a arena da opinião pública. É um massacre de dimensões desumanas. E que favorece a cadeia do futebol. Quanto maior for o numero de demissões, mais técnicos ganham oportunidade e o mercado gira. E os empresários faturam. Pior: jornalistas entram nesta roda viva sem perceber o malefício que causam em médio e longo prazo.

Vamos ao ponto: todos parecem querer a demissão de Daniel Paulista. Consideram que é a solução de todos os males. Será que é mesmo? Tudo vai se resolver em um passe de mágica?

Perguntas necessárias e essenciais não são feitas. O elenco foi bem montado? Será que não faltam jogadores? Existe tranquilidade para trabalhar? E o clima político é adequado?

Malhar Daniel Paulista é fugir daquilo que é necessário discutir. Exemplo: por que o Guarani não forma mais treinadores. Exemplos práticos: Leandro Zago e Márcio Zanardi passaram pelas categorias de base do Clube. Nunca, jamais foi cogitado a formulação de um plano de carreira.

O fato é inequívoco: é preciso alargar o espectro da análise para encontrar novos caminhos. Quem está disposto? Eis a questão.

(Elias Aredes Junior-foto de Thomaz Marostegan-Guarani F.C)