Um presente no dia 11 de agosto: devolver a Ponte Preta à sua torcida

15
1.734 views

Fogos de artifício. Bandeiras levantadas. Celebrações e recordações de dirigentes, ex-jogadores e torcedores. Nesta sexta-feira (11) comemora-se o aniversário da Associação Atlética Ponte Preta. Pioneira na luta contra o racismo, destemida para abrir espaço aos mais pobres, sem medo de desafiar o Status Quo. Um clube que transcende significados.

Capaz de transformar um jogador de poucos recursos técnicos como Monga em ídolo incontestável. Ou de cravar um sentimento eterno de gratidão no treinador Abel Braga que atravessa gerações.

Aniversários servem para reflexões. Mudanças. Reviravoltas. Colocar no devido lugar aquilo que merece ser exaltado.

Nos últimos anos, as arquibancadas do Majestoso estão vazias. Apesar da primeira divisão do Brasileirão, das finais da Sul-Americana e do Paulistão. Por que? O que aconteceu? Como explicar?

Não é difícil destrinchar. Basta revisitar a história. Grandes momentos da história da Macaca não têm protagonistas os jogadores ou técnicos. O artista principal era a arquibancada. Foi assim na conquista da Segunda Divisão de 1969. Muitos recordarão de Dicá e Roberto Pinto, mas a maioria que viveu aquela época recorda de pronto as caravanas o interior do estado de São Paulo.

Em 1977 e 1979, o torcedor pontepretano lamenta até hoje o fato da equipe não ter atuado nenhuma final do Paulistão no Moisés Lucarelli. Aposta que a história seria diferente.

A final da Sul-Americana de 2013 tem como recordação principal não o gol de falta de Felipe Bastos e sim as 30 mil almas que invadiram o Pacaembu. Em 2017, a derrota por 3 a 0 doeu não só pela inoperância da equipe no gramado e sim pelo esforço e superação dos torcedores para lotar o Majestoso nos 90 minutos iniciais. Frustração capaz de ferir a alma.

Nos últimos anos, dirigentes enaltecem William Pottker, Biro Biro, Fernando Bob, Eduardo Baptista, Gilson Kleina, Guto Ferreira e outros menos cotados. Esquecem da premissa básica da história da Ponte Preta: o craque, o dirigente astuto, é um detalhe. Eles passam, cravam marcas, recordes, feitos. O clube é que fica.

Uma lição que deveria ser aprendida nos gabinetes. Lauro Moraes, Sérgio Abdalla, Carlos Vachiano, Nivaldo Baldo, Marcos Garcia Costa, Peri Chaib, Marco Antonio Elberlim, Sérgio Carnielli, Vanderlei Pereira, Hélio Kazuo, Giovanni Di Marzio, Gustavo Valio, Márcio Della Volpe, Miguel Di Ciurcio. Quantas vezes você leu ou acompanhou noticias que relatavam as guerras, discussões, embates e futricas destas figuras? Ânsia para viver algo efêmero, artificial e por vazio: o poder.

Neste dia 11 de agosto o torcedor pontepretano tem o sonho de soltar o grito da garganta e soltar o brado de campeão. Sugiro outro presente: que a Ponte Preta seja devolvida de fato e direito à sua torcida. Que nada seja maior do que a instituição. Que merece dias e resultados inesquecíveis para os próximos anos. Parabéns.

(artigo de autoria de Elias Aredes Junior)

15 Comentários

  1. Gostei do texto e sugestão de presente, Elias. Parabéns a todos que amam a Ponte Preta, clube de futebol mais longevo no Brasil, referência em democracia racial e social desde 1900, ícone da Campinas que sempre se mostrou ao nível ou acima das capitais do país. O clube está em ascensão contínua, mas precisa da alegria da torcida junto novamente para se consolidar como um dos gigantes do país. Que as torcidas nas redes sociais não estraguem o que é o torcedor de arquibancada, e que a Diretoria deixe a fleuma e soberba de lado.

  2. Opinião é opinião, cada um tem a sua. Mas com fatos não dá para discutir: O clube mais longevo do Brasil é o Sport Clube Rio Grande, fundado em 19/07/1900, não a toa, oficialmente dia do futebol aqui no Brasil.

  3. Nota: o S.C. Rio Grande foi fundado 22 dias antes, mas teve mais de uma interrupção no futebol desde então, ficando sem jogadores, sem equipe oficial, sem futebol. Isso lhe tira alguns anos de longevidade.

  4. O Rio Grande NUNCA parou suas atividades e, mesmo que tivesse parado, que critério doido é este que faz com que uma equipe perca seus anos de longevidade?
    Ahh… sim, se não tiver este argumento como justificar a segunda farsa do “time mais velho”, não é mesmo? A primeira farsa é que ela tenha sido fundada em 1900…

  5. Vagner, aí você judiou do menino, tirou o único título da AAPP, de ser o clube mais velho do Brasil kkkkkkkkkkkk.

    AAPP = Associação Arrogante Prepotente e Perdedora

  6. O Profeta da Tribo é claque do tal de Vagner Luís, e vice-versa rs rs rs. Não conseguem aceitar as virtudes da Ponte Preta, por mais simples que sejam. Se uma “equipe de futebol” deixou de existir por um tempo, é óbvio que seu tempo de vida não conta esse tempo parado (e o vovô de Rio Grande parou sim). Senão, basta o São Paulo Athletic Club montar uma equipe de futebol agora e dizer que é o mais velho kkkkk. Agora, dizer que a Ponte não foi fundada em 1900, já é doentio. Há provas documentais da fundação em 11-08-1900, então que papo é esse??

  7. Virtude? Ser mais velho? Quanto ao seu “argumento”, Eric, se o Rio Grande tivesse, tal qual o SP Atlethic Club ENCERRADO suas atividades, daí, sim, concordaria. Pelos critério aapptanos, imagine alguém que está em coma, não está em atividade, porém ainda vivo, será que quando esta pessoa sair do coma voltará a ser bebê novamente? Mas, mesmo assim, para que discutir isto, já que o Rio Grande tem as PROVAS de que não encerrou suas atividades. Agora, as PROVAS de que a AAPP foi fundada em 1900… Eu tenho, não provas, mas fortes indícios de que foi bem depois disto…

  8. Como eu disse, por mais simples que seja, é uma virtude, tanto é que você tenta denegri-la. Não têm mais o que fazer, não? Ao invés de ficar procurando indícios tolos, indo contra historiadores profissionais, vai fazer algo de útil pro seu time, que está precisando de muita ajuda.

  9. Não tento denegrir nada, meu caro, a AAPP tem a sua história, como todo time algumas boas e outras vergonhosas, meu time por exemplo, teve que mudar a data de fundação para não cair num primeiro de abril… hehehe… Não fique bravo comigo, Eric, vc sabe que não há “historiadores profissionais” que atestam nada, o time mais velho do Brasil com atividades ininterruptas é o Rio Grande, tanto que a data de sua fundação é o dia do futebol no Brasil. Indícios tolos? Quer vê-los?
    Eu diria, na verdade, que tolos são todos os torcedores que não aceitam fatos, vá falar a um palmeirense que eles não tem mundial, ou que o São Paulo já caiu um dia, ou que o Flamengo não é o campeão brasileiro, todos tem suas teorias e 99,99% de seus torcedores acreditarão sempre naquela que favoreçam seus times.

  10. Falou o entendedor-mor, que até a semana passada, por 35 anos, pensava que o Guarani foi 3o colocado na Libertadores de 79… tsc tsc tsc. Obrigado, seus indícios não me interessam.

  11. Infelizmente, Elias, acho que essa sua ideia de proporcionar este espaço para comentários de seus seguidores acerca dos assuntos postados, não deu muito certo. Serve apenas de canal para que pessoas desinformadas e mal intencionadas destilem suas insociabilidades através de briguinhas totalmente sem sentido. Fica totalmente irrecomendável tal coluna para as pessoas que levam seus artigos a sério.

  12. É muito mimimi…. “briguinhas totalmente sem sentido”. Olha, até concordo, mas até agora não briguei nem ofendi ninguém, aliás, de ofensas o Erick aqui já tem um histórico… Vejam que, diante do assunto do tópico, questionei algo, e o que tive de resposta? O Profeta foi chamado de “claque do tal de Vagner Luís”, quanto a mim “não tenho mais o que fazer”. Vendo os debates a gente percebe quem se rende aos fatos e não briga com eles, pq quando fui questionado sobre o 4° lugar (e não 3°) da Libertadores, não fiquei batendo o pezinho, admiti (meio que a contragosto mas admiti) que poderia estar errado nesta questão. Se ficaram ofendidos com isto, e o Elias quiser retirar meus comentários por considerar que foge do tópico, ok, beleza, tranquilo, sei que este assunto é um tabu enorme, lembro como se fosse hoje quando há algum tempo o finado Diário do Povo, através do competente jornalista Ariovaldo Izaac, levantou estas questões do verdadeiro nascimento da AAPP, como os jornalistas da época foram perseguidos. Depois o mal intencionado sou eu…