Guarani, Umberto Louzer e dois tempos para mostrar o futuro perdido e a herança duvidosa

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A partida foi eletrizante. Alterações constantes no placar. Gols belíssimos, torcida empolgante e jogadas de boa qualidade técnica para uma Série B do Campeonato Brasileiro.

O placar por 3 a 3 deve deixar o torcedor bugrino satisfeito pelo poder de reação demonstrado no estádio da Ressacada. Arrancar ponto do Avaí, um dos postulantes ao acesso, não é algo para ser desprezado. O que poucos perceberam é que os dois tempos do jogo demonstraram dois tempos futuros ao Guarani: aquele que poderia ser construído e o que deve ser evitado.

Os 45 minutos iniciais devem servir de reflexão. Não por causa da pressão empreendida pelo Avaí, algo natural por ser o mandante, e sim pela falta de velocidade e força pelos lados. E existem motivos para isso. E não pode ser negligenciado. Kevin e Pará não são os laterais dos sonhos e para complementar não havia algum jogador de velocidade capaz de explorar a jogada pelos lados e talvez explorar a altura, força e o trabalho de pivô de Caíque.

A peça que faltava surgiu no segundo tempo: Bruno Nazário. Recém-recuperado de lesão, o meia armador (ou seria ponta de lança?) ficou pela meia direita e transformou a vida do trio de zagueiros do Avaí (especialmente Betão) e do ala Capa em um inferno.

Motivo? Velocidade. Nazário foi destemido em buscar o confronto um contra um e sua eficiência tanto nesta jogada como em buscar espaços para construir tabelas com Bruno Mendes e Rafael Longuine explicam os três gols relâmpagos. O empate foi um balde de agua fria, só que insuficiente para evitar a constatação da melhoria de produtividade.

Só existe um problema. Grave, aliás. O cenário positivo do segundo tempo tem data para terminar: 30 de junho, quando termina o contrato de Nazário com o Guarani.

Por enquanto, não há perspectiva no horizonte de que uma alternativa semelhante será buscada. Ou seja, o que pode sobrar ao torcedor bugrino é o pesadelo vivido na etapa inicial em Florianópolis. De certa forma uma repetição do filme do ano passado, cujo protagonista foi Braian Samúdio, que saiu nas rodadas iniciais.

O duelo na Ressacada demonstrou, de maneira cabal, a urgência em buscar reforços e incrementar velocidade. Caso contrário, o primeiro tempo em Floripa pode voltar. Sem hora para acabar.

(análise feita por Elias Aredes Junior)

2 Comentários

  1. O duelo mostrou que o treinador escalou o time de forma errada !

    Escancarou nossa deficiência defensiva !

    Goleiro não sabe sair do gol, lateral esquerda um verdadeira avenida, volante do primeiro tempo horrível, quarto zagueiro lento, lateral direito não vai a linha de fundo, centroavante não marca gol em ninguém…

    Só isso.

    Opinião de um torcedor.

  2. Fernando IO IO, não penso da mesma forma. Bruno Brígido e Bruno Mendes são muito importantes neste time.

    Não farei críticas ao time, a reação foi importante, o empate contra o Avaí foi bom. Quem deve ser responsabilizado é quem contrata. Não condeno o Umberto, ele está iniciando a carreira, nem sempre acerta nas escolhas, mas está tentando fazer o melhor que pode. Ele não pode ser responsabilizado pelos erros, pela má fase, ele não é gestor do clube.

    A diretoria conseguiu piorar o setor defensivo que era contestado desde a série A2. Todos os torcedores sabiam da limitação do setor defensivo. Pra piorar saiu o Lenon e não trouxeram um substituto. Quem diria que a torcida teria saudades do Fernando Lombardi. Edson Silva não é melhor que Fernando Lombardi. Pará também não tem justificado a titularidade.
    Até o momento, não chegou nenhum substituto para o Nazário, principal jogador do elenco e pode perder Ricardinho, que tem grande identificação com a torcida, além de Rondinelly e Anselmo Ramon.

    O que esperar para a sequência da série B, com todos esses desfalques ? Será que somente os jogadores da BN Zini darão conta do recado ? É muito fácil responsabilizar somente o Umberto. Com esse elenco limitado ele não consegue dar sequência ao trabalho, toda hora tem que escalar um time diferente.

    Não tenho dúvida de que se as promessas fossem cumpridas e de fato o setor defensivo fosse reforçado para a série B, o Guarani estaria no G4, disputando a liderança.