Uma reflexão sobre as dificuldades de fiscalização do exercício do poder no Guarani

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Este portal abre participação para todos os leitores, seja por intermédio do Facebook, Twitter e na área de comentários do próprio site. Só ataques pessoais fazem com que o missivista seja cortado. E algumas contribuições são preciosas.

Veja o caso do Ariovaldo Casimiro Nesso. Na matéria publicada na terça-feira sobre o balanço financeiro da Ponte Preta, ele indagou por que este portal não tem uma vigilância tão grande em cima das contas do Guarani. Abriu oportunidade para uma explicação.

Informações são apuradas por jornalistas de duas maneiras. Ou por intermédio de documentos que desembarcam na internet ou nos tribunais ou informações repassadas por fontes, construídas por um histórico de confiabilidade, coerência e credibilidade.

No caso do Guarani, as ações trabalhistas são disponibilizadas pelo sistema eletrônico da Justiça do Trabalho. Publicamos a relação constante e 148 processos foram constatados. Poderíamos aprofundar no assunto, mas na época o presidente bugrino Palmeron Mendes Filho demonstrou por A mais B que, apesar da sua convivência como assessor parlamentar do ex-vereador Cid Ferreira, o seu conceito de democracia encontra-se, no mínimo, equivocado. Não quis dar informação e fez ilações infinitas sobre as perguntas que o repórter lhe dirigiu.

Dias depois, apesar de contar com o telefone dos repórteres do portal (inclusive do editor responsável) ele preferiu utilizar intermediários para esclarecer sobre o que estava pago, o que seria quitado e qual o volume real da dívida. Disse que era de aproximadamente R$ 8 milhões. Ótimo. Por que não forneceu anteriormente?

A partir daí, visualiza-se outro problema. Todas as informações parecem centralizadas na presidência. Motivo: o Conselho Deliberativo morreu como instância de debates e do contraditório. Realiza reuniões, encontros, delibera decisões, mas inexiste sob o ponto de vista político. Não há debate ou troca de ideias capaz de fomentar a opinião pública. Infelizmente, parte relevante da torcida do Guarani não quer saber da saúde financeira da agremiação. Até gosta do bloqueio de informações.

Clubes de futebol são entidades de interesse público e deveriam ser acompanhadas por lupa. No caso do Guarani elas encontram-se embaçadas. Tanto que nos últimos anos, a entrega dos balanços financeiros foi realizada de maneira atabalhoada e sem critério.

Consequência? Quase nenhuma. Sem oposição, o Conselho de Administração, auxiliado por uma comissão técnica competente e jogadores talentosos (e eles não tem culpa nenhuma nisso) formam um cenário de alienação e de extermínio da opinião divergente.

As dificuldades para o exercício de um jornalismo critico e independente são quadruplicadas. Tal cenário não nos faz desistir. Jamais. Insistência é a nossa arma. Uma hora os frutos virão.

(análise feita por Elias Aredes Junior)