Vadão cometeu erros. Tomou decisões equivocadas. Mas é sério quando você diz que deseja o treinador fora do Guarani?

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Ao terminar o jogo de terça contra o Luverdense, preparei-me para os comentários do programa “Banho de Bola” na Rádio Central. Um aspecto chamou atenção: o técnico Oswaldo Alvarez, que completou 200 jogos no comando do Guarani foi malhado pelas mensagens de Whatsapp dos ouvintes.

A maioria queria a sua saída. Sim, é isso que você leu. Aquele que conduziu o elenco dentro do grupo de classificação por 14 rodadas agora não servia mais. Deveria ser demitido.

Atitude irracional e inconsequente. Que explica boa parte da fase turbulenta vivida pelo Guarani nos últimos anos. Sim, porque no ano passado o Alviverde perdeu do Mogi Mirim na fase classificatória da Série C e a torcida presente no estádio Vail Chaves pediu a saída do treinador Marcelo Chamusca. Pergunta: e se o pedido da torcida fosse atendido? Será que o acesso seria realidade três, quatro meses depois? Pois é.

Detalhe: Vadão merece críticas. Sua estratégia ofensiva para jogos fora de casa não funciona. Pode agradar comentaristas, torcedores saudosistas, mas não traz resultados práticos. Boa partida só diante do América e nas vitórias contra ABC e Paraná. Nem a igualdade diante do CRB pode ser celebrada.

Nestes confrontos, uma característica presente: falta de preparo físico e fôlego nos minutos finais. Uma reavaliação precisa ser feita. Está no caminho certo? Existe outra maneira de aguentar o ritmo da segundona? São perguntas a serem respondidas pela Comissão Técnica.

Vadão precisa encontrar uma maneira de fortalecer o setor ofensivo e encontrar alguém para puxar o contra-ataque com velocidade para atuar ao lado de Eliandro. Pela sua característica de jogo, dá para cravar de modo sossegado: Braian Samúdio é o atleta que mais faz falta no Alviverde.

Coincidência ou não, sua partida derradeira aconteceu contra o Goiás e o Guarani faturou os três pontos. De lá para cá, o Guarani não sentiu o sabor da vitória. Por que? Simples: o Guarani saia na frente e na hora de administrar a vantagem não tem a saída ou o desafogo ao ataque. Samúdio, apesar de suas limitações, cumpria tal função. Agora não existe ninguém.

Vadão t precisa ser firme em orientar os volantes na questão da marcação. Auremir e Evandro saem costumeiramente ao ataque e deixam desprotegidos o capítulo principal da má fase: a zaga. Genilson e Diego Jussani não são confiáveis. William Rocha e Ewerthon Páscoa, os melhores do plantel, encontram-se lesionados. Qual a saída? Escalar Léo Rigo? Improvisar alguém na posição enquanto os titulares não se recuperam? Um caminho precisa ser decidido. Antes que o precipício apareça.

Veja que enumerei falhas já encarados por Vadão em diversos clubes. E soluções foram encontradas nestas ocasiões. Por que o roteiro não pode ser repetido no Guarani? Querem uma prova? Vou mostrar como uma parte da torcida do Guarani além de encontrar-se em estado de ingratidão com Vadão tem memória inexistente.

Em 2009, o Guarani treinado pelo mesmo Vadão na Série B do Brasileirão ficou seis jogos no turno inicial sem somar uma única vitória, da 11ª a 16ª rodada. Os jogos foram os seguintes: Duque de Caxias 1 x 1 Guarani; Guarani 1 x 2 Paraná; ABC 1 x 1 Guarani; Portuguesa 4 x 3 Guarani; Guarani 1 x 3 Atlético-GO e Ipatinga 1 x 0 Guarani.

Saiu do atoleiro com vitórias em casa diante do Ceará e Bahia, ambas pelo placar de 2 a 1. O turno foi encerrado com derrota por 4 a 1 para o Juventude.

Meu questionamento: por uma acaso Guarani não subiu após 38 rodadas? Mais: a conjuntura não era muito diferente da atual: dificuldades financeiras, estrutura deficitária, guerra política, entre outros fatores. E Vadão ultrapassou tudo.

O que falta para uma parte da torcida bugrina é aquietar-se e dar um voto de confiança para Vadão? Ou quer o mesmo final de 2012, quando sua saída gerou a queda à Série C? Está na hora de uma parte das arquibancadas não só torcer, mas colocar a mão na consciência.

(análise feita por Elias Aredes Junior)

2 Comentários

  1. Bem lembrado o jogo contra a Portuguesa, se não me engano também levamos uma virada. O Guarani deve voltar ao seu estilo que o consagrou fora de casa quando jogou contra ABC e América-MG. E que os atacantes parem de perder tantos gols…

  2. Realmente, pedir a saída do Vadão é bobagem. É um ótimo treinador. E, se ele sair, traria quem? Pintado, limitadíssimo? Ney da Matta, fraquíssimo? Sem condições.

    O Guarani precisa manter a cabeça no lugar. Ajuster o psicológico. Recuperar a confiança. Aparar algumas arestas táticas, como as colocadas pelo Elias. E treinar finalizações.

    Uma vitória contra o Internacional seria fantástico. Recuperaríamos a vaga no G4, atingiríamos os 30 pontos desejados para o primeiro turno e ganharíamos a confiança de volta.

    Acredito que é possível. Vamos, Guarani!