Vadão merece ser fritado no Guarani? Ou o problema é mais profundo e ninguém quer encarar?

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Escrevo antes do jogo contra o Boa Esporte. O Guarani tem necessidade de reabilitação na Série B do Campeonato Brasileiro e necessidade de ajustes. Na defesa, meio-campo e no ataque. Frágil como visitante. Tais componentes fazem com que o técnico Oswaldo Alvarez já tenha resistência por parte da torcida alviverde.

Nas mensagens encaminhadas á Rádio Central, alguns chegam a dizer que o profissional, que está na sua quinta passagem no Brinco de Ouro, não serve. Apesar de retrospecto como o vice-campeonato paulista em 2012 e o acesso em 2009. Nas redes sociais do Só Dérbi, a reclamação é idêntica e o técnico está na berlinda. Na quarta rodada!

Inegável que Vadão comete alguns erros, como a persistência em escalar Claudinho, a presença de  Auremir e Evandro e a falta de ousadia em trocar Diego Jussani até pelo garoto Léo Rigo. Sem contar a fragilidade exibida como visitante. Apesar das jogadas ensaiadas, dos treinamentos táticos realizados e outras providências tomadas pela comissão técnica, é óbvio que o rendimento no geral é motivo mais de desconfiança do que de esperança.

Uma reflexão é necessária: adianta trocar o treinador? Existem recursos disponíveis? Independente do valor acertado, é fato que Vadão está em um padrão acima daquilo que pode pagar o Guarani na atualidade. Envolvido em dívidas trabalhistas, com cotas de televisão bloqueada e fiscalizado pela justiça, o alviverde não tem margem para manobras. A chegada de Vadão foi uma tentativa desesperada de impacto por parte de Horley Senna e que de um jeito ou outro deu frutos em curto prazo.

Se atender ao clamor de parte da torcida, a diretoria deveria repor com um profissional do mesmo gabarito. Pergunta: tem condição? Certamente não.

Lógico que uma sequência de péssimos resultados, a proximidade com a zona do rebaixamento e a queda de produtividade não vão segurar Vadão como não sustentam qualquer treinador no planeta. O fato é que a troca de treinadores e de executivos de futebol escondem o fato principal: a ausência de dirigentes estatutários preparados, estudiosos e que conheçam as armadilhas do mundo da bola. Que saibam discutir futebol com o treinador e o dirigente remunerado em alto nível. Que se antecipem aos problemas, tenham uma visão do que faz e produz os adversários e que tome medidas que previnam consequências amargas. E deixe o executivo de futebol encarregado daquilo que interessa, a montagem da equipe e sem a tarefa de ser pára-raios.

No fundo, a pressão em cima de qualquer treinador no Guarani esconde algo incômodo: falta formação, tarimba e esperteza nos gabinetes para entender o que e o que significa administrar um elenco. Vadão merece críticas? Mas uma percepção apurada fará o torcedor perceber que o problema é muito mais profundo.

(análise feita por Elias Aredes Junior)