Clima tenso entre situação e oposição marca reunião do Conselho Deliberativo da Ponte Preta

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A três semanas da realização das eleições na Ponte Preta, o clima ficou tenso na reunião do Conselho Deliberativo realizada na segunda-feira no Salão Nobre do clube. Componentes da oposição e da situação protagonizaram debates acalorados, uma prévia daquilo que vai acontecer caso as duas chapas sejam registradas até o final da tarde desta terça-feira (7).

Para resguardar sobre possíveis conflitos, uma equipe de seguranças e até uma viatura da Polícia Civil foi contactada. Mesmo assim, o ambiente ficou tenso.

Logo no começo houve contestação devido a uma faixa separatória daqueles que poderiam participar e opinar daqueles que seriam apenas ouvintes. Na sequência, uma parte dos conselheiros presentes foi contestada pelos oposicionistas. A alegação era de que acompanhavam o cotidiano do clube, eram ligados ao presidente de honra, Sérgio Carnielli e nem participavam das reuniões do Conselho Deliberativo. Resumindo: interrupção da reunião por alguns minutos e retomada na sequência.

Isso não encerrou as polêmicas. O título de Sócio Benemérito concedido anteriormente para Gustavo Valio, atual diretor financeiro, teve sua concessão suspensa. A alegação é que o ponto de pauta não estava incluído no edital que convocou a reunião do Conselho Deliberativo em que foi aprovada a deferência. Agora, uma comissão será designada para acompanhar o caso e posteriormente seguir os trâmites do estatuto para designar oficialmente a honraria.

O ponto alto da reunião, no entanto, foi a declaração do presidente de honra, Sérgio Carnielli.

Dizendo-se injustiçado pela oposição, o dirigente usou o microfone para explicar sua linha de trabalho na Macaca e detalhes de algumas negociações, como as aquisições do centroavante Alemão, do volante Bruno Silva e do zagueiro Cleber. “Eu contratei o Alemão por R$ 1 milhão a pedido da comissão técnica da Ponte Preta. Sumiu este jogador. O Bruno Silva paguei R$ 500 mil. Desaparecei. Contratei o Cicinho e o Cleber eu vendi com lucro e entrou no cofre da Ponte Preta. Não peguei nada. Tudo isso para dizer como vocês estão sendo enganados. Eu não posso falar, não posso votar? Eu posso tudo! E o André (Carelli, integrante da oposição e autor da liminar que afastou o dirigente em 2011) sabe disso. Eu só não posso ser eleito. O resto eu posso tudo. Então não venha me dizer que eu não posso porque eu posso tudo. Então, senhor Miguei (Di Ciurcio, atual oposicionista) não invente história, por favor!”, disse o presidente de honra, defendido na sequência por integrantes na plateia, o que gerou novo momento de tensão.

Um clima que, aliás, deverá durar até a eleição.

(texto e reportagem: Elias Aredes Junior)