Julgamento do STJD: nós, jornalistas esportivos, devemos um pedido público de desculpas ao torcedor pontepretano

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Não existe meio termo. Nós, jornalistas esportivos que trabalhamos com o cotidiano do futebol campineiro, devemos um pedido de desculpas público e formal ao torcedor pontepretano.

Quando digo todos, eu falo todos: portais de internet (incluindo este Só Dérbi), televisões, rádios, jornais e todo e qualquer veículo de informação determinado a acompanhar as decisões de comissão técnica e dirigentes no Majestoso.

A Ponte Preta foi punida com perda de dois jogos na Série B em virtude de um rojão atirado dentro do estádio Moisés Lucarelli no jogo contra o Oeste, no dia 02 de junho. Com a descrição da ocorrência no relatório do árbitro, nós, jornalistas esportivos, deveríamos acompanhar o trâmite dentro do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e o consequente acolhimento do procurador, julgamento e punição.

Pegos de surpresa, os torcedores hoje estão perplexos e indignados por verem a possibilidade de verem bloqueado o reencontro com o Fortaleza.

Teríamos a missão e o dever de noticiar com antecedência e mobilizar o torcedor pontepretano em relação aos desdobramentos. Falhamos. Feio.

Um pedido de desculpas é o mínimo que se pode fazer diante de um lapso que, no fundo, é consequência da crise profunda vivida dentro do jornalismo esportivo campineiro e brasileiro.

Um deserto capaz de ignorar características presentes no cotidiano dos clubes e que interferem no rendimento. Nada disso. Estamos reféns do roteiro treino-escalação-entrevista coletiva. Uma tragédia. Alguns dizem que é aquilo que deseja o torcedor. Como se ele ficasse feliz apenas em comer arroz com feijão o resto da vida. Triste.

Uma falha imperdoável (repito: de todos e inclusive deste Só Dérbi) e que no fundo expõe a olho nu a perda de referências de checagem, criticidade e fiscalização dos acontecimentos dentro das agremiações centenárias sediadas aqui.

Somos incapazes de acompanhar algo importante na vida do torcedor pontepretano, o que expõe também a nossa desunião. Não conseguimos sequer trocar figurinhas, ou seja, compartilhar informação.

Entramos em uma guerra fraticida pela audiência e por vezes o lapso de memória atinge a qualidade. Não pode. Não deve.

Perdemos a referência de união, camaradagem e auxílio entre nós, cujo retrato cabal é o abandono da Associação dos Cronistas Esportivos de Campinas (ACEC).

Exibi tal argumento para contextualizar o leitor. Não exime da nossa tarefa. Melhorar, oferecer um produto melhor e ir até as últimas consequências em busca do jornalismo bem feito.

Alguns colegas podem ficar chateados pelo texto. Compreendo. No entanto, criticar a imprensa, da qual faço parte, é, antes de tudo, defender e proteger o jornalismo. Isto é prioridade. O resto é consequência.

(Análise feita por Elias Aredes Junior)