Já conheci todo tipo de técnico de futebol. Incapacitados, prepotentes, arrogantes, irritadiços ou enganadores. Venceram, foram derrotados ou simplesmente jamais fizeram qualquer registro na história de Ponte Preta e Guarani. Agora, existem aqueles nos quais lamentamos a ausência de contato. De conhecer pessoalmente. Sem nenhum tipo de ufanismo ou bajulação eu cravo: Umberto Louzer certamente é um ser humano especial. Independente do que fizer até o final da Série B do Campeonato Brasileiro.
A história comprova a excelência do seu cárater e postura. Quando assumiu o time em janeiro deste ano, a faca ficou sob o seu pescoço pois a diretoria publicamente lhe deu cinco jogos para engrenar. Respondeu com o título da Série A-2 do Campeonato Paulista.
Veio o Campeonato Brasileiro e como é zeloso pelo seu trabalho pediu uma lista de reforços. Todos foram negados. Para piorar o quadro, um desmanche a céu aberto aconteceu. Sem aviso, jogadores como Bruno Brígido, Lenon, Bruno Nazário e Baraka deram adeus e esfacelaram o alicerce da segundona regional.
Em seu lugar, entraram substitutos que foram aprovados por Louzer, é obvio, mas que estavam longe de seus sonhos. Enquanto tudo isso acontecia, a equipe patinava na pontuação, perdeu o clássico com a Ponte Preta e a tribuna das redes sociais pediam sua cabeça.
Pois Louzer não perdeu a calma. Manteve a serenidade. Trabalhou e modificou o estilo do time. Saiu a equipe veloz e entrou a compactação.
Os cumprimentos e o modo afável com os jornalistas permaneceram. Certamene porque antes de dinheiro, status e fama no futebol, Louzer aplica outro conceito em falta: humanidade. Empatia pelo semelhante. Colocar-se no lugar do outro.
Nunca vi Umberto Louzer pessoalmente. Jamais sequer lhe cumprimentei. Sei que ele também vai errar, equivocar-se e passar por turbulências. Mas é por causa de figuras como ele que, por vezes, a incompetência não tem vez no futebol. Sorte do Guarani e da sua torcida. Acredite.
(análise feita por Elias Aredes Junior)