Ponte Preta: derrota em Varginha com motivos conhecidos por todos. Quando virá a solução?

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O que você ouviu após o apito final estava mais do que certo. A Ponte Preta não jogou nada no primeiro tempo, as escolhas de escalação de Brigatti foram equivocadas, tomou dois gols bestas e, apesar da reação na etapa final, isso foi insuficiente para evitar a derrota por 2 a 1, em Varginha, para o Boa Esporte (MG). Detalhe: a derrota não pode esconder a qualidade do trabalho de Brigatti. Faz muito com pouco. Ponto. Mas se tivesse colaboração o quadro seria ainda melhor.

Um diagnóstico e, por incrível que pareça, superficial. Alguns fatos se repetem e a diretoria executiva, seja quem for o ocupante, é dotado de paralisia preocupante.

Vencer era a passaporte para a Macaca entrar na zona de classificação. Ou seja, pela primeira vez, a Alvinegra tinha uma responsabilidade. Era a favorita. Não podia vacilar.

Assim como na final do Campeonato Paulista de 2017, quando todos tinham a decisão diante do Corinthians como a hora da redenção. Ou na rodada final da Série B de 2014 diante do Náutico ou na decisão contra o Lanús pela Sul-Americana em 2013.

Em todas estas ocasiões, ou o time era uma pilha de nervos ou de uma apatia desesperadora. O que acontece? Por que o aspecto emocional pesa de maneira tão decisiva?

Era a possibilidade de instalar um trabalho sério de médio e longo prazo com um psicólogo ou com um coaching para que, nestes instantes decisivos, os jogadores não fiquem sobrecarregados emocionalmente. Até agora não tenho conhecimento deste tipo de trabalho na Alvinegra. E que não é responsabilidade do técnico João Brigatti. É missão da estrutura. Improviso tem espaço cada vez menor. Reitero: se este trabalho já existe, é óbvio que ele precisa ser reavaliado. Urgente.

Outro fator não pode ser ignorado: o elenco é curto. Desprovido de versatilidade. Brigatti encontrou um modelo de jogo e qualquer desfalques produz consequências.

Direto no ponto: André Luís não tem substituto. Não somente pelos gols decisivos, mas pela sua função tática de desafogar o time a partir do setor defensivo e sua voluntariedade que contamina outros jogadores. Ok, Victor Rangel vai oferecer novos cenários, mas analisamos a atualidade e nesta a Alvinegra deixa a desejar.

Este jornalista recebeu a informação de que a Comissão Técnica faz a parte dela e já alertou a diretoria executiva sobre a necessidade de reforços. Recebeu como resposta a ausência de recursos.

A campanha da Ponte Preta é boa. Subir para a divisão de elite nem é questão esportiva, e sim de sobrevivência. Os responsáveis precisam aparar as arestas para depois não lamentar a perda de uma oportunidade de ouro.

(análise feita por Elias Aredes Junior)