Por que Luciano Dias não é cobrado no Guarani?

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Dirigentes, torcedores e nós, jornalistas envolvidos com o cotidiano do Guarani, temos um grave defeito: fechamos os olhos para a incompetência das pessoas marcadas na história da agremiação caso decepcionem. Exemplo disso foi Fumagalli, que na reta final de carreira apresentou rendimento irregular e era protegido pelas arquibancadas.

Existe agora um novo beneficiário: Luciano Dias. O atual superintendente de futebol do Guarani foi o técnico vice-campeão na Série C do Brasileirão. Campanha marcante. Queiramos ou não, ficou na história.

Duro não sabermos separar o joio do trigo. De sua atuação no banco de reservas e responsabilidades no gabinete.

Desde o início da segundona nacional, notícias foram veiculadas sobre a contrariedade do técnico Umberto Louzer de não ter os seus pedidos atendidos. Fez uma lista de jogadores e não foi atendido. Não, não isento o presidente Palmeron Mendes Filho. Deveria exibir um esforço maior para viabilizar os pedidos. Fato. Só que onde estava o responsável pelo futebol nestas ocasiões? Por que não deu entrevistas e declarações mais enfáticas para proteger o seu subordinado? Tal requisito está ausente na turbulência.

O Guarani perdeu cinco vezes, Louzer teve o cargo ameaçado e Luciano Dias não teve uma atitude pró-ativa. Em conjuntura normal, o diretor de futebol aparece como escudo para proteger não só o profissional, mas a linha de trabalho.

Filosofia involuntariamente atrapalhada pelo próprio Luciano Dias. Os poucos jogadores que chegaram ao Brinco em uma primeira fase tinham característica oposta aos antigos titulares. Por que ninguém fala nada? Porque Umberto se virou com o que tinha, não reclamou e fez o time andar. Não poderia ser diferente? Poderia.

Ninguém aqui seria louco de contestar a idoneidade e honestidade de Luciano Dias. É um dos caras mais corretos que já convivi no mundo da bola. Tem amor a profissão. Genuíno. É por verificar este potencial e esta identidade com o Guarani que tenho convicção de que ele pode viabilizar uma contribuição maior. Não custa sonhar.

(análise feita por Elias Aredes Junior)