Atual diretoria parece sócia do conformismo. Oposição não vende esperança. A Ponte Preta merece este quadro?

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Artigos espinhosos e incômodos são necessários. O torcedor precisa ser chamado a reflexão. A partir daí, figuras podem se levantar e viabilizar melhorias e  mudanças de rumos. Na Ponte Preta, é dito e notório o desgaste da torcida com o grupo político comandado pelo presidente de honra, Sérgio Carnielli. Fato. São quase 20 anos no poder e entre acertos e equivocos, a torcida quer mais, ambiciona mais. Deseja chegar ao novo patamar. Uma pergunta ecoa em mentes conscientes: se Carnielli não serve, qual a alternativa?

Não podemos esquecer o quadro vivido pela Macaca em meados de 1996 e 1997. A agremiação vivia uma situação dramática sob o ponto de vista financeiro, inclusive com a penhora de sofás e salários atrasados.

Queiramos ou não, Carnielli colocou a casa em ordem, pagou as dividas trabalhistas e por intermédio de sua ação política viabilizou melhorias no Centro de Treinamento e também no Estádio Moisés Lucarelli. Sucateou as unidades do Jardim das Paineiras e do Eulina? Verdade. Mas a mola mestra é o futebol.

Houve avanços inegáveis. Participação em semifinais e finais de Campeonato Paulista, disputa de final de Copa Sul-Americana, dois acessos a divisão de elite do Campeonato Brasileiro. Tudo isto teve um preço, a dívida registrada no balanço financeiro de R$ 101 milhões.

Especulações dizem que Carnielli também transformou-se em investidor na compra e aquisição de jogadores para assim recuperar parte do investimento. Também é bom que se diga que a nova Arena (que não sai do papel, diga-se de passagem) teria um edifício acoplado em que o presidente de honra supostamente recuperaria o montante gasto desde 1997. Tais movimentos são legítimos porque em um mundo capitalista e moderno, recuperar o montante é legal e urgente. 

Em um sistema democrático, a oposição já tentou por diversas vezes e com nomes diferentes chegar a presidência pontepretana. Não conseguiram.

Especialmente por causa de um problema crônico e que hoje reflete-se no dia a dia da Ponte Preta, protagonista de uma insatisfação vazia e sem rumo.

Não adianta dizer que Sérgio Carnielli não serve, que seu tempo já passou no Majestoso ou que a Ponte Preta precisa ser devolvida aos pontepretanos. Tudo lindo e maravilhoso, mas antes algumas perguntas precisam ser respondidas: como? De que forma? Qual o plano?

Sim, porque insatisfação é uma coisa; Meter a mão na massa e consertar é outra. Questionamentos práticos: qual a proposta para se pagar a dívida com o atual presidente de honra? Como financiar um time competitivo se as cotas de televisão são menores que os concorrentes? Quem vai bancar o complemento de uma folha salarial competitiva?

Alguns interlocutores (que respeito muito, diga-se) afirmam que “empresários” estão alinhados com os projetos oposicionistas. Quais? Que nomes? O que pretendem? Como os recursos a serem investidos serão recuperados? O que eles estão dispostos a investir? Por quanto tempo?

Vou mais longe: continuará o processo de elitização da torcida pontepretana? O pobre continuará sendo colocado para fora da arquibancada?

Perceberam o caminhão de perguntas não respondidas? Isto explica porque bem ou mal, o atual presidente de honra e seu grupo político continuam na gestão. Eles apresentam falhas, equívocos, medidas fora de hora e por vezes são criticados (com razão!) pelo conformismo em serem coadjuvantes do Campeonato Brasileiro.

Mas a falta de informações, bandeiras e mensagens de esperança da oposição colabora para que o desânimo tome cada tome conta de um torcedor desejoso de apenas um presente: um time competitivo e com sede de vencer.

(análise feita por Elias Aredes Junior)