Em entrevista coletiva realizada na tarde desta sexta-feira em um hotel localizado na saída de Campinas, o ex-técnico do Guarani, Umberto Louzer, confessou sua contrariedade por dois fatos ocorridos durante a sua gestão no estádio Brinco de Ouro. A primeira ocorreu ainda durante a Série B do Brasileirão, quando chamado a São Paulo, no escritório da Magnum. Ali, juntamente com o empresário Roberto Graziano e integrantes da diretoria executiva do Alviverde, ele recebeu contestação de algumas escalações.
Posteriormente, no dia de sua demissão, ao conversar com os integrantes do Conselho de Administração, ele recebeu a proposta para ser rebaixado para auxiliar técnico após o jogo contra o Londrina no dia 24 de novembro. Então, ele chegou a um acordo para sair e seguir a sua carreira profissional. “Fui pego de surpresa a maneira como fui demitido do clube. Até porque vínhamos discutindo sobre o planejamento de 2019. Relato que o presidente falou em algumas entrevistas sobre a nossa permanência e o Luciano já estudava quem iria renovar o contratar e eu já via reforços. Foi pedido para que fizesse os dois jogos seguintes, mas já sabendo que não iria ficar. Depois, poderia procurar outros projetos ou ficar como auxiliar técnico”, disse o ex-treinador”, disse.
Confira outros trechos da entrevista.
Interferência na escalação
Jamais daria oportunidade para isso acontecer. Houve uma tentativa sim e que todos tomaram conhecimento e que logo foi estancado. Fui convidado para ir a Magnum por intermédio do presidente (Palmeron Mendes Filho). Estavam lá o presidente, o Roberto (Graziano) e o Assis (Oliveira, integrante do Conselho de Administração). Fui lá para conversar sobre o planejamento. Mas chegando lá e foi algo que me deixou decepcionado, foi o questionamento em relação as minhas escolhas e escalações. Deixei muito claro como o Umberto trabalha, fiz um relato de como iniciei minha carreira e contei que em dado momento fiquei desempregado em função de ofertas que me foram feitas. Mas pela educação e por ter respeito pelo meu pai e minha mãe nenhum tipo de interferência eu concedi e nada. Mas ali não comentamos nada a respeito de futebol
Emoção na despedida e sondagens
“Primeiro a demissão do jeito que ela foi. Mas a despedida dos jogadores e o discurso do Fumagalli me emocionou demais. Ele é um expoente do Guarani e do futebol nacional. Ele foi meu atleta e agora faz transição entre todos. Ele pediu a palavra e viu que ninguém poderia reclamar porque todos viram a lealdade que ele teve no Guarani. Tive sondagem de outros lugares mas nem ouvi. Eu acreditar que eu faria história do Guarani. São vários números que nos credenciam a dizer que o trabalho foi bem feito”.
Falta de estrutura
“A questão estrutural que vínhamos falando há tempos. Esse foi um fato que nos prejudicou e outros fatores que acarretaram essa baixa de rendimento”
Agradecimento á torcida
“Agradeço a torcida pelo carinho que tiveram com meu trabalho. Tenho certeza que vou voltar muito melhor. Tenho carinho muito grande pelo Guarani. Saio com as portas abertas e tenho certeza que um dia voltarei muito mais preparado”
Os goleiros
“Oliveira que veio, o Georgemy que já estava e o Agenor são excelentes profissionais. O Brigido tinha uma situação de renovação. O fato de ter saído não foi questão financeira. Ele queria ter ficado, mas acabou protelando demais. Quando ele tinha dado a palavra para o clube da Europa, não podia mais voltar atrás. Fez muita falta porque vivia um momento muito bom dentro do Guarani, era um líder no nosso vestiário, então ele nos fez muita falta e estava sendo um dos melhores goleiros do país. Os outros atletas que chegam não estão inseridos ao processo de treino do clube.”.
Discussão da cogestão e prejuízos
“ Respirou-se muito a questão da cogestão e ficou de lado o acesso. Era o momento de união de todos. Fiz uma reunião contra o Avaí com todos os departamentos e disse que precisávamos dar algo a mais. Estávamos próximos de um ano mágico e o Guarani daria um salto. A primeira divisão seriam importantes. O planejamento inicial e os objetivos foram atingidos e antes. Mas eu quero mais. É claro que o não acesso faça a gente refletir para que não deixe escapar da próxima vez”
“O atleta precisa de confiança no seu ambiente de trabalho para ir a campo e desenvolver o seu melhor futebol. Entendo as necessidades do clube, mas era um momento muito delicado porque iríamos dar uma cartada maior que era o acesso, o nosso objetivo.
Atrasos de salários
Houve sim essa situação, presidente nessa ocasião ficou aqui para fazer os procedimentos na Justiça do Trabalho. Ia jogar na sexta, foi prometido na quinta o pagamento e acabou sendo pago no outro dia. Claro que gerou insatisfação dos atletas. Tive que conversar, procurar acalmá-los.
Benefícios e expectativas criadas na temporada.
“Isso permite ao Guarani jogar campeonatos nacionais nas categorias de base. Mas se esses 45 pontos tivesse sido atingido contra o Figueirense todos estariam soltando fogos. Logo criou-se uma expectativa”