José Armando Abdalla Junior está sorridente e faceiro com a imprensa. Não se cansa de dar respostas e explicações sobre sua gestão neste ano. Não lamenta o afastamento de Sergio Carnielli. Pelo contrário.
Tem dado declarações públicas de que a Alvinegra caminha com as próprias pernas. Promete um ano melhor. Desenha o paraíso em 2019.
De modo confortável coloca para debaixo do tapete erros administrativos bisonhos, como a demissão de Brigatti ou o processo de negociação de contrato com Gilson Kleina, que terminou em frustração. Sem contar as contratações que redundaram em um time, na melhor das hipóteses, mediano. Isso quando não resvala no ruim.
Abdalla desfila pela passarela do futebol campineiro sem mácula porque foi salvo por dois fatores.
O primeiro e aposto que foi fundamental para sua absolvição foram os quatro pontos somados diante do principal rival.
Vencer o Guarani no estádio Brinco de Ouro e depois colher um empate sem gols no Majestoso mas com sabor amargo, pois ficou com a impressão de ter sido prejudicado pela arbitragem (e foi!), cravou no torcedor pontepretano o sentimento de que foi superior nos 180 minutos . Ou seja, garantia de gozação pelas ruas de Campinas até o próximo encontro. E Abdalla? Se não é herói pelo menos não fica com a pecha de vilão.
Abdalla deveria enviar cartão e cesta de final de ano ao técnico Gilson Kleina. Assumiu o clube após uma gestão desastrosa de Marcelo Chamusca. Quando Kleina assumiu, a equipe era a 13ª colocada com 37 pontos, seis pontos acima do CRB, que era o primeiro time da zona de rebaixamento.
Os empates com Fortaleza e Avaí e outras sete vitórias deixaram o time pontepretano na quinta posição com 60 pontos após 38 rodadas. Gosto de cabo de guarda chuva? Sim. Mas tirou Abdalla da linha de tiro em caso de passar as últimas rodadas com a calculadora e o terço na mão.
Ou seja, se fizermos uma análise rígida veremos que Abdalla só não foi avaliado como um gestor ruim ou medíocre devido aos dois fatos somados. Não existiu uma condução linear para a construção de uma campanha sólida, como por exemplo em 2011 ou até 2014.
Que fique a lição para Abdalla. Um dia a sorte abandona e a competência é exigida. Que ele esteja preparado para este momento.
(análise feita por Elias Aredes Junior)