Alguns resultados entram para a história e merecem uma análise pormenorizada. O placar frio não traduz tudo aquilo que aconteceu no gramado. Tal cenário aplicar-se ao Guarani, que no final da noite de domingo fez história ao devolver a derrota ao ABC e aplicar uma goleada por 6 a 0. Está classificado para a final da Série C e agora luta pelo seu terceiro titulo nacional, pois é Campeão Brasileiro de 1978 e da Taça de Prata de 1981. Fica a indagação: que fatores levaram a esse resultado? O que colaborou para essa epopéia. Listamos seis motivos. Leia, pense e reflita:
1- A expulsão de Jones Carioca: O gols marcados por Leandro Amaro e Fumagalli não serviram para disfarçar o nível de dificuldade do jogo. Até ali, o ABC fazia marcação individual e Anderson Pedra marcava individualmente Fumagalli. Com a posse de bola, o time potiguar utilizava Jones Carioca nas costas de Gilton e deixava o setor defensivo bugrino em polvorosa. Até que aos 25 minutos o atacante foi expulso. Resultado: o ABC perdeu o contra-ataque e o próprio Gilton sentiu mais livre para atacar. Foi o começo do milagre.
2- Bola parada- Como a marcação do ABC era eficiente, o Guarani não criava muitas chances de gol no primeiro tempo. A diferença veio na bola parada, tanta na falta aproveitada por Leandro Amaro como também na cobrança de Fumagalli. Expedientes treinados durante a semana. O trabalho de Marcelo Chamusca fez a diferença. Para melhor.
3- Alex Santana- Evandro cumpriu bem sua missão na etapa inicial. Melhorou a recomposição do setor e impediu que os contra-ataques do ABC fossem ainda mais perigosos. Veio o segundo tempo e Alex Santana foi acionado para melhorar o passe e desferir chutes de média e longa distância. O quinto gol é a prova de que a estratégia foi acertada.
4- Marcelo Chamusca- O treinador cometeu muitos erros durante as fases decisivas, como a escalação de Zé Antônio no meio-campo tanto em Arapiraca como também em Natal (RN). Mas algo deve ser ressaltado: o seu discurso otimista. Nunca deixou de acreditar que o impossível poderia acontecer. Méritos totais.
5- Leandro Santos- A cada gol marcado pelo Guarani, o ABC atirava-se ao ataque e o goleiro bugrino fez defesas decisivas. Redimiu-se totalmente dos 90 minutos em Arapiraca.
6- Torcedor – Foram 3257 presentes. Um público bem menor do que os 12713 torcedores da epopéia contra o ASA (AL). Mas nem parecia. Uma pressão tremenda foi estabelecida e serviu para desestabilizar ainda mais o time potiguar. Tem parte vital na formulação do milagre.
O artigo está quase no fim e você pergunta: e do Fumagalli? Não vai falar nada. Calma, este merece um post em separado. Merecidamente.
(análise feita por Elias Aredes Junior- foto de Israel Oliveira- Assessoria GFC)