Desde a aposentadoria de Fumagalli, o torcedor do Guarani não via a seguinte cena: o atleta domina a bola, dá um tapa com classe e deixa o companheiro em boas condições para arrematar a gol ou para executar a assistência.
Com uma atuação regular e com boa dose de técnica, Murilo Rangel comandou o Alviverde diante do Operário (PR). Parecia que o time encaixou de uma maneira que há muito tempo não se assistia.
O sucesso não aconteceu por acaso. Murilo Rangel está inserido em um processo de uma equipe que hoje, aos poucos, troca o toque de bola excessivo e na espera do erro do oponente, para um jogo mais vertical, voltado ao gol.
Tanto que Murilo Rangel e outros atletas, ao contrário da gestão de Thiago Carpini, tiveram liberdade para carregar a bola ou tentar uma jogada individual. Arriscado? Se verificarmos pela perda da posse de bola sim. Vale a pena correr o risco. Desde que melhore o rendimento da defesa.
De modo consciente, Ricardo Catalá decidiu tirar o foco do reforço bugrino. Insistiu que ele está inserido em um contexto. Golaço. O torcedor pode e deve celebrar a boa atuação. Mas o Guarani não pode ficar dependendo deste ou daquele jogador. A hora é de construção de uma nova metodologia e de uma forma de atuar.
Convenhamos: não vai adiantar nada Rangel executar passes brilhantes se os laterais não estiverem em boa forma ou se Junior Todinho, Waguininho ou Bruno Sávio não aproveitarem as oportunidades.
Fato: a vitória deu fôlego. Exibiu a utilidade de Murilo Rangel. Mas não pode esconder que existe um longo caminho pela frente.
(Elias Aredes Junior)