Vou apontar aqui um problema crônico das administrações do Guarani. Ouso dizer: ocorre desde a primeira administração de Leonel Martins de Oliveira em meados da década de 1980. E que também passa por Luiz Roberto Zini, José Luiz Lourencetti, Marcelo Mingone, Álvaro Negrão, Horley Senna, Palmeron Mendes Filho e com Ricardo Moisés: a defesa de sua história.
Calma. Enaltecer a conquista do Título brasileiro de 1978 e da Taça de Prata de 1981 é algo feito e ficaria espantado se não existisse. São títulos. Como também não se deve tratar como algo menor o troféu da Série A-2 de 2018. São pessoas que entraram para a história. Duro é constatar que outras façanhas não recebem idêntica ênfase.
O Guarani deveria dedicar um carinho especial ao terceiro lugar no Brasileirão de 1982. Aproveitamento de 85%, semifinal contra o Flamengo e com lotação transbordante do Brinco de Ouro e um duelo inesquecível entre Jorge Mendonça e Zico. Nem posso ser tão exigente. Afinal, esse aspecto já foi relembrado. Poucas vezes, mas foi.
Agora, o que justifica, o clube enquanto instituição esquecer a sacanagem que lhe foi aplicada em 1987, quando detentor do vice-campeonato brasileiro de 1986 foi obrigado a atuar no módulo amarelo ao contrário da Copa União de 1987? O torcedor bugrino poderá alegar: ah, mas foi vice-campeão brasileiro.
Opa, mas alguém esqueceu que o Alviverde tem três participações na Copa Libertadores? A primeira em 1979, por ter sido campeão brasileiro no ano passado; em 1987 pelo segundo lugar no Brasileirão, após perder para o São Paulo nos pênaltis; e a terceira vez em…1988!!! Na ocasião, o time alcançou as oitavas de final e foi eliminado pelo San Lorenzo.
Quando o Flamengo se vangloria de ser oito vezes campeão brasileiro, indiretamente não é uma depreciação somente ao Sport, mas também ao Guarani, que colheu frutos no campo. O time pernambucano, com razão, grita, esperneia, protesta e pede respeito. O Alviverde deveria fazer o mesmo.
(Elias Aredes Junior)