Análise Especial: Ponte Preta, relacionamento sadio com a imprensa e a necessidade de acesso aos treinamentos

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Hoje é dia da Imprensa. Pilar fundamental da democracia. No futebol não é diferente. Sem veículos de comunicação independentes e com espirito critico, não há formação da opinião do torcedor a respeito dos destinos dos seus clubes. A pandemia da Covid-19 serviu como desculpa para uma série de atitudes que agora soam anacrônicas. No caso da Ponte Preta, algo precisa ser dito e falado: é preciso valorizar a liberdade de imprensa em todos os seus sentidos.

Sendo direto: o que justifica a ausência de jornalistas para acompanhar os treinos da Macaca? Não, a desculpa de que a CBF não permite não cola. O Internacional, por exemplo está com atividades abertas, assim como Ceará abriu as atividades recentemente. “Ah, mas tem uma parte relevante que estão com treinos fechados”. Estão errados do mesmo jeito.

Vou além: fechar os treinos e ter pouco contato com a imprensa durante a semana é um tiro no próprio pé da Diretoria Executiva. E se a medida for uma ordem do técnico Hélio dos Anjos também é um equívoco sem tamanho.

Exemplo prático: muitas vezes a critica é feita pela imprensa porque simplesmente a conjuntura de determinadas medidas não é explicada. Não é encaminhada um rol de argumentos que por vezes podem até alterar o rumo da opinião pública. Em um contato pessoal, os integrantes da diretoria e da comissão técnica ganham espaço para colocar seus pontos de vista.

E quem deixar de encaminhar tais explicações ao público fica em maus lençóis.

Pergunto: o que acrescenta considerar todos (todos!) os jornalistas como inimigos da Alvinegra? O que resolve? O que acrescenta? Tem gente mal intencionada? Tem. Assim como existe em todos os ramos de atividade econômica. Dez ou doze não podem pagar pela pisada de bola de uma única pessoa. 

Fechar os treinos, restringir o contato com a imprensa no cotidiano é algo que vai contra as características da própria história da Ponte Preta. A Alvinegra é, antes de tudo, um clube popular. De diversas classes sociais e econômicas. E tem barulho, discussão, controvérsia e debate. Fechar as portas não vai resolver ou abafar o descontentamento. E o alarido da imprensa faz parte do DNA da Ponte Preta. Queiramos ou não.

Não adianta ser aberta e solicita e conceder entrevistas coletivas após os jogos e abraçar a chamada “paz de cemitério” durante a semana.

A Ponte Preta está inserido em um país democrático e com imprensa livre. A liberdade pressupõe o acesso a uma instituição de interesse público e de interesse do público.

Que a imprensa seja valorizada por todos. E que nós, profissionais de imprensa, também tenhamos a responsabilidade de entender o desafio que é colocado diariamente em nossas mãos.

(Elias Aredes Junior)