Protestos após derrota para o Mirassol e uma constatação: o torcedor da Ponte Preta deseja que ninguém tenha razão. Ele só quer ser feliz!

0
1.840 views

Nos últimos anos, uma intensa disputa política foi desencadeada na Ponte Preta. Cada ala tem uma ideia de como deveria ser o clube. Um lado considera que a gestão deveria ficar na mão dos executivos de futebol, um politica de ingressos mais elitizada e um projeto de venda do estádio Moisés Lucarelli para alavancar a construção de uma arena que levasse o clube a um novo patamar. E contratação de jogadores famosos e midiáticos. Como esquecer a vinda de Borges e de Emerson Sheik? São símbolos de uma era.

A atual administração tem sua ideia de clube. Finanças com pés no chão para pagar as dívidas, times mais modestos para competir na Série A-1 do Paulista e na Série B e uma aposta agressiva nas categorias de base para com isso viabilizar recursos.

São dois modelos distintos.

Penso que os protestos feitos pelos torcedores após a derrota para o Mirassol por 3 a 0, na sexta-feira, deram um aviso a diretoria e a própria oposição presente nas redes sociais. Simples: eles desejam que prevaleça o modelo de Ponte Preta do torcedor comum, do povão, daquele que economiza recursos para adquirir e não tem a sua voz ouvida.

Uma Ponte Preta inclusiva, que todos sejam ouvidos e com participação efetiva da comunidade. Uma Macaca que tenha sim jogadores revelados pelas categorias de base, mas que tenham a sua capacidade técnica explorada ao máximo. Uma Ponte Preta que não seja cara de A ou B, mas de toda uma comunidade. Que seja o reflexo dos anseios da comunidade em cada decisão e resolução.

A derrota para o Mirassol serviu para isso. Para canalizar uma insatisfação pelo distanciamento que existe do torcedor comum com o comando do clube. Sim, eu sei que pediram a saída do atual presidente Marco Antonio Eberlin. Mas você poderia trocar por uma frase: queremos ser ouvidos. Não foi apenas um protesto. Foi um apelo. Uma suplica embasada em uma frase usada para relacionamentos conjugais, mas pode ser usada na Ponte Preta. O torcedor não quer que ninguém tenha razão. Ele quer ser feliz. Só isso.

(Elias Aredes Junior – Foto de Diogo Reis-Especial para o Pontepress)