Elvis, a orquestra de um homem só na Ponte Preta

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Andar por São Paulo é sempre uma aventura. Observar os artistas que se apresentam na entrada do metrô é uma experiência única. Diferente. Um artista que se movimenta e toca diversos instrumentos. Gaita, violão, reco-reco. Eu já vi de tudo. Eles merecem respeito. Especialmente porque diversificam a nossa cultura.

Ser capaz de executar múltiplas tarefas de uma vez é um dom em relação à expressão artística. No futebol atual, beira ao suicídio.

Elvis é o melhor jogador da Ponte Preta. Ponto pacífico. Técnico, coloca a bola onde quer e tem liderança. Tomou o terceiro cartão amarelo e voltou no Dérbi. Cobrou o escanteio que viabilizou o gol de empate marcado por Jeh.

É claramente a única centelha de talento.

Apesar das dificuldades de movimentação e de muitas vezes não conseguir auxiliar a marcação. No entanto, não podemos normalizar esta solitude.

Contra o Brusque, a Macaca terá nove desfalques.  Gabriel Risso trata de dores abdominais, enquanto Luiz Felipe acusou dores musculares na coxa direita. Ramon Carvalho teve indisposição estomacal antes do dérbi e Dudu Vieira contraiu uma virose. Outros desfalques são o zagueiro Luis Haquin, que disputa a Copa América pela Bolívia e Gabriel Novaes em processo de cura de lesão no braço direito., Ou seja, vai sobrar de novo para Elvis tentar algo diferenciado.

Não deveria ser assim. A janela deveria servir para encontrar mais dois ou três jogadores qualificados para atuarem com Elvis. Afinal de contas, mostrar capacidade de executar várias tarefas e responsabilidades cabe apenas na música. No futebol, é desgastar quem realmente tem talento.

(Elias Aredes Junior com foto de Diego Almeida-Pontepress)